Terceiro maior produtor mundial da bebida, o Brasil comemora neste 5 de agosto o Dia da Cerveja movendo uma atividade com 1.383 empresas, segundo o Ministério da Agricultura, que comercializaram um total de 14,3 bilhões de litros no ano passado.
O Dia Internacional da Cerveja foi criado em 2007, em Santa Cruz, na Califórnia, nos Estados Unidos, quando quatro amigos em uma mesa de bar, resolveram celebrar a data. Hoje, o Dia da Cerveja é motivo de confraternização do calendário em mais de 80 países, entre eles o Brasil.
Segundo o superintendente do Sindicerv, Luiz Nicolaewsky, a indústria cervejeira é um dos principais setores que contribui para geração de empregos e retomada econômica do Brasil. Ela movimenta uma das extensas cadeias produtivas, responsável por 2,02% do PIB, com a geração de mais de 2 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos.
O setor cervejeiro gera uma massa salarial de R$ 27 bilhões, sendo um multiplicador de empregos, segundo estudo realizado em 2019 pela Fundação Getúlio Vargas. Como terceiro maior produtor de cerveja no mundo, o Brasil só fica atrás da China e dos Estados Unidos, com expectativa de crescimento de volume de vendas em mais de 15,4 bilhões de litros para este ano.
Mesmo antes da pandemia, o brasileiro já vinha moldando seu comportamento em relação à qualidade da cerveja. Em 2019, mesmo com a diminuição da Cesta de Bebidas no Brasil (5% a menos em 2018), as cervejas puro malte conseguiram se destacar, registrando crescimento de 81% em litros vendidos; enquanto as cervejas comuns cresceram apenas 2% no mesmo período.
Os dados foram levantados pela consultoria Kantar, especializada em painéis de consumo. Esse tipo de cerveja foi o grande destaque do setor, já correspondendo a 10% do volume comprado para consumo dentro do lar.
O segmento foi consumido por 23% dos domicílios no país em 2018 (atingindo 12 milhões de lares), uma expansão de seis pontos percentuais em 12 meses. Além disso, o volume e gasto médio aumentaram em 34% e 28%, respectivamente.
Considerada a bebida alcoólica mais popular do mundo, a cerveja virou paixão nacional, está presente em diferentes ocasiões, inclusive para aqueles que procuram as marcas de cerveja como fonte de investimento.
Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da plataforma Stake, o ano não tem sido muito bom para as grandes companhias do setor.
Diante desse quadro, Lima ainda afirma que é difícil prever um aumento do consumo de cerveja.
“A AB-InBev (BUD), maior companhia cervejeira do mundo, cai -11,54% no ano, enquanto que seu principal concorrente, a Heineken (HEINY), cai -13,58%.
Segundo o analista, a grande exceção é do grupo Molson Coors (TAP), dono da tradicional cerveja americana Miller e que sobe +18,61%, impulsionado principalmente pela revisão do seu guidance para 2022 no início do ano para cima.
Apesar de impulsionarem o número de cervejarias registradas no País, as pequenas indústrias responsáveis pela produção das chamadas cervejas artesanais respondiam, em 2020, por apenas 1% da produção nacional.
Segundo a CervBrasil, 59% da produção está nas mãos das dez marcas mais vendidas do País. Uma pesquisa feita pelo Sebrae junto à Receita Federal em 2018 identificou que 16% das novas cervejarias abertas no Brasil tinham “artesanal” no registro.
Esse percentual caiu em 2020 e 2021 para 12% e 9%, respectivamente, e voltou a crescer este ano com 11%.
A volta da atividade econômica com a reabertura do comércio e a retomada do turismo, fruto da campanha de vacinação contra a covid-19, anima os donos de pequenos negócios do setor.
Um ranking do Euromonitor mostra quais são as marcas de cerveja mais vendidas do mundo.
Os números mostram aquelas com o maior market share global. Como as vendas são em números absolutos, o ranking é dominado por marcas chinesas (já que contam com um mercado na casa do bilhão) nada famosas por aqui.
Mesmo assim, há marcas mais conhecidas dos brasileiros, como Skol, Brahma e Heineken. Segundo a Business Insider, até 2020 o mercado de cervejas vai crescer ainda mais e gerar 688,4 bilhões de dólares.