Nada como uma promessa de campanha para constranger quem foi eleito. Fica registrado, vira arma de adversário e causa irritação no eleitor. Dois meses após tomar posse o presidente Lula está rodando, rodando e andando em círculos para não descumprir uma promessa de campanha que ficou implícita durante o período eleitoral quando prometeu mudar a política de preços da Petrobras.
Na Petrobras, ele ainda não mudou nada e, certamente, não vai mudar o que desejaria de modo a que a estatal agüentasse todo o impacto na variação dos preços do petróleo como fez Dilma que transformou a empresa em instrumento de controle da inflação. O resultado todos nós sabemos. Mas o PT insiste em atrapalhar.
Uma questão que não deveria ser objeto de embate público virou uma quebra de braço onde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad com o PT onde Haddad já partiu perdendo na medida em que precisou negociar com o presidente a volta da cobrança de impostos federais (PIS Cofins e Cide) dos combustíveis.
O presidente não precisava transformar isso numa ação de desprestigio do ministro da Fazenda. Mas através da presidente do PT que é sua verdadeira porta-voz, Lula resolveu criar um novo embate.
O presidente só tem dois meses no cargo o nível de seu capital político tem gordura para medidas de proteção do caixa de seu governo. Mas Lula parece ter uma espécie de “diabinho” no ouvido lhe dizendo: “Olha a popularidade!”
Importa pouco se a decisão de Lula será “criativa” onerando os combustíveis fósseis e reduzindo os impostos dos combustíveis verdes. Isso quer dizer que a gasolina e óleo diesel vão ter a volta de impostos federais. A realidade se impôs e tão ruim como aumentar a receita com a cobrança dos impostos seria não aumentar a atender à ala radical do PT.
Desde a semana passada que o ministro da Fazenda e o PT brigam para se pagar menos impostos quando deveriam estar alinhados. Mas vai dizer isso ao PT que parece acreditar que no governo Lula não haverá aumento?
O momento é esse ate porque os preços da Petrobras estão menores que os do mercado internacional. O problema é que, pelo gosto presidente não teríamos aumento nenhum até dezembro de 2026. E o simples fato de o presidente se meter no processo já desmoraliza Fernando Haddad.