Stellantis vê Brasil como modelo para carro elétrico verde, mas estima que ele só ocupará 20% do mercado até 2030

No do plano estratégico global da Stellantis, DareForward 2030, a descarbonização completa de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já em 2030
Fernando Castilho
Publicado em 15/07/2023 às 0:05
João Irineu_ VP de Assuntos Regulatórios da Stellantis Foto: Divulgação


Ficou pronto um estudo da Stellantis simulando o comportamento de um veículo quando alimentado com quatro fontes distintas de energia, cujo objetivo foi mensurar a emissão total de CO² em cada situação levando em consideração toda vida do automóvel desde a fabricação ao seu descarte.

Na pesquisa o automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas simuladas: com gasolina tipo C (que leva 27% de etanol); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética européia.

Na comparação, foi utilizada uma combinação da metodologia de cálculo desenvolvida pela Bosch, que considerou não apenas a emissão de CO² associada à propulsão do veículo durante o uso, mais as emissões correspondentes à produção do combustível ou geração da energia utilizada, considerando o ciclo de vida do veículo.

O resultado mostrou que a melhor performance seria a de uma carro 100% elétrico (BEV) abastecido com energia brasileira que emitiria apenas 21,45 kg CO2 equivalente. A seguir viria o veiculo movido apenas a etanol (E100) que emitiria 25,79 kg CP² equivalente que seria melhor que os próprios veiculam 100% elétrico (BEV) abastecido com energia européia com 30,41 kg CO2 equivalente.

Divulgação - Stellantis aposta no Hybrido no Brasil

Bicombustíveis

Segundo o VP de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul, João Irineu, a matriz energética brasileira - em que se destacam os bicombustíveis e a energia elétrica gerada por meios renováveis - constitui-se numa vantagem comparativa do país, que pode ser usada para promover uma mobilidade mais sustentável.

O modelo Brasil, segundo o executivo será um diferencial dentro do plano estratégico global da Stellantis, DareForward 2030, que projeta a descarbonização completa de todo o ciclo de produção até 2038, com uma redução de 50% já em 2030.

Nos Estados Unidos, a participação dos elétricos tem como meta 50% naquele ano considerando 14 marcas icônicas quando a Stellantis planeja oferecer globalmente 75 modelos de propulsão elétrica num investimento de € 30 bilhões até 2025 em eletrificação e desenvolvimento de software.

Cinco para um

Entretanto, João Irineu adverte que a realidade brasileira é muito diferente. A matriz energética é mais sustentável, devido ao uso de bicombustíveis e da geração de energia elétrica por meios renováveis. E segundo ele é esta característica da matriz energética que abre para o país, um leque de opções de soluções de mobilidade, em condições privilegiadas.

Essa combinação de fatores faz com que as estimativas da Stellantis para a eletrificação no Brasil sejam de apenas 20% no mix de vendas do mercado da empresa em 2030.

“O etanol é um forte aliado na redução das emissões de CO2 no Brasil. Sua combinação com a eletrificação pode ser uma alternativa competitiva de transição para a difusão da eletrificação a preços acessíveis, além da capacidade de a empresa atingir as metas de emissões, diz o executivo da Stellantis.

Outra condição que faz com que as metas brasileiras sejam menores (além do custo do carro e da oferta de opções como o veiculo 100% etanol) é que no balanço global de emissões de gases de efeito estufa (GEE) o Brasil apareça com o percentual de produção de energia renovável das quais apenas com a geração hidrelétrica chegue a 64%.

Outro ponto destacado por João Irineu é que, no Brasil, os transportes representam apenas 13% das emissões de CO² considerada uma das mais baixas do mundo pelo perfil das emissões que elevam a produção de CO² nos setores de reflorestamento (27%) e agronegócio (35%).

O VP de Assuntos Regulatórios da Stellantis para América do Sul afirma que o Brasil tem quatro décadas de acúmulo de tecnologia nesta área e intensificar o uso do etanol é uma decisão inteligente, que leva em conta a imensa plataforma produtiva, logística e de distribuição já implantada no país, além da frota flex circulante. Para ele os elétricos, embora sejam eficientes no processo de descarbonização, têm um custo muito elevado, que impede sua aquisição por amplas faixas de consumidores.

Finalmente para João Irineu a solução 100% elétrica ainda não tem a escala necessária e precisa ser desenvolvida e aprimorada, para que possa entrar como alternativa de massa em uma estratégia efetiva de descarbonização em um país em desenvolvimento com características de renda como as do Brasil.

 

DIVULGAÇÃO - Veiculos Hybridos da Stellantis

Faixa 1

Terminou a fase de inscrição de projetos da Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida cuja lei foi sancionada nesta quinta-feira pelo presidente Lula. A portaria 727 definiu que esse tipo de ação social terá uma contratação de 115 mil unidades. Pernambuco terá direito a contratar 6.325 unidades. São Paulo 12.973. Agora o Pará, terra do ministro das Cidades, Jader Barbalho poderá contratar 8.544 unidades. E o Maranhão de Flavio Dino 9.955. O Faixa 1 é aquela linha de projetos onde o governo federal e o município praticamente doam o imóvel que deve custar entre R$ 130 mil e R$ 1.64 mil.

Gás natural

A petrolífera PetroReconcavo S.A., fechou o contrato de compra e venda para suprimento de gás natural para a Companhia Pernambucana de Gás Copergás por 10 anos partir de dia 1º de janeiro de 2024. Vai fornecer 150.000 m³/dia em 2024 e 250.000 m³/dia entre 2025 e 2033. O preço do gás natural é constituído pela soma do repasse do custo de transporte (“Parcela de Transporte”) com o preço da molécula (Parcela da Molécula). O valor total estimado da Parcela da Molécula é de R$ 1,6 bilhão.

GPT controlado

Um levantamento do laboratório da Netskope aponta que o uso do ChatGPT tem, em média, um em cada quatro organizações bancárias setor de serviços financeiros com controle de uso. Em segundo lugar vem o setor de tecnologia com uma em cada cinco empresa embora o uso do ChatGPT detectado nas organizações deste setor é muito maior indicando que os controles em questão são basicamente preventivos.

Marketing do Futuro

A Prefeitura do Recife vai dar uma força a 50 empresas numa jornada que terá duração de nove semanas projeto Marketing do Futuro, idealizado em parceria com a TDS Company e Le Fil buscando fortalecer o comércio da cidade. Começa com palestra de Silvio Meira nesta segunda-feira (17).

Scania a gás

A montadora Scania, empresa líder na transição para um setor de transportes mais sustentável, está anunciando o Scania X-gas, o primeiro caminhão do Brasil com autonomia de 900 km movido a gás natural veicular e/ou biometano. Ano que vem ela trata veiculo com motor de 460 cavalos de potência. O preço sugerido passa de R$ 1 milhão.

A Casa é Sua

A Prefeitura do Recife começou o processo de regularização fundiária em 20 áreas de Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) do Recife, beneficiando cerca de 50 mil famílias inscritas no CadpUnico. Entre elas, as ZEIS do Prado, Novo Prado, Mustardinha, Mangueira, Ilha do Joaneiro, Vila União, Chié, Brasilit, Coque, Sítio Grande/Dancing Days, Torrões, Areias, Jardim Uchôa, Afogados, Barro, Rosa Selvagem, Vila do Siri, Sítio Vanderlei, Capuá, e Ibura/Jordão. Dentro do programa A Casa é Sua.

Banco de Talentos

Com a meta de ter 30% de mulheres ocupando posições de liderança em seu quadro geral de empregados no Brasil, a Votorantim Cimentos lança mais uma iniciativa para promover a inclusão feminina no setor de materiais de construção. Quer dar oportunidades estão nas áreas de Indústria e Logística, Comercial e Concreto, e Estratégia.


 

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