Uma esperança para o BRT Norte-Sul na Avenida Cruz Cabugá

Publicado em 10/08/2019 às 17:02
Foto: NE10


Possibilidade de segregação anima operadores e usuários do BRT, que perdem 20% da viagem do Norte-Sul apenas na Cruz Cabugá. Fotos: Léo Motta/JCImagem  

 

No ano em que completa cinco anos de operação, o Corredor de BRT Norte-Sul, que liga o Recife a Igarassu, no extremo norte da Região Metropolitana, ganha uma chance de melhorar a velocidade de operação num dos principais gargalos nos seus 33 quilômetros de extensão: a Avenida Cruz Cabugá, no bairro de Santo Amaro, um dos principais acessos ao Centro da capital. Uma pequena intervenção que será realizada pelo governo do Estado na via – o recuo de calçadas – permitirá a segregação física do corredor, deixando a circulação dos BRTs livre, sem a interferência dos veículos particulares, como acontece até hoje. A expectativa é de que, com o corredor existindo de fato, haja um ganho enorme para os 85 mil passageiros que diariamente usam o BRT Norte-Sul e que perdem, em média, 20% do tempo das viagens presos nos congestionamentos da Cruz Cabugá.

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Motorista de BBRT Sérgio José comemora possibilidade de corredor exclusivo e diz que perde até 28 minutos no trânsito da via.

 

O alargamento estava previsto desde os primeiros anos do projeto, como alternativa ao impasse entre a Prefeitura do Recife e a Marinha do Brasil para a retirada da Vila Naval, moradia de militares instalada do lado leste da avenida e às margens do Rio Beberibe. A intervenção não é faraônica, ao contrário. Resume-se a um recuo das calçadas num trecho de 200 metros na pista oeste da Avenida Cruz Cabugá, entre a Rua dos Palmares (continuação da Avenida Mário Melo) e a Avenida da Saudade (uma rua ao lado da Assembleia de Deus). O custo estímado é de R$ 500 mil.

A obra será licitada e executada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco – antiga Secretaria das Cidades e a responsável por todas as obras do sistema BRT, incluindo o Corredor Leste-Oeste. A intervenção, entretanto, ainda deve levar um tempo. Uma licitação será lançada para a execução do projeto executivo e a previsão é de que só em dezembro os trabalhos tenha início. Assim, ficaria pronta até o fim do primeiro semestre de 2020.

 

“Temos negociado essa solução com a Prefeitura do Recife e ela nos garantiu que, se fizermos o recuo, será possível fazer a segregação do corredor de BRT ao longo da via porque o trecho que será alargado representa um afunilamento da via. Do jeito que está atualmente não seria possível implantar o corredor. É uma das obras complementares do Norte-Sul, que não foi realizada antes porque não tinha projeto. Agora estamos licitando o projeto. Acreditamos que os benefícios para os BRTs serão enormes”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Marcelo Bruto. João Braga, secretário de Mobilidade Urbana do Recife, confirmou que será possível, sim, implantar o corredor após o alargamento da via. E que sem isso seria difícil por causa dos ônibus convencionais. “Você tem um estreitamento da via que, se for retirada uma faixa para o BRT, haverá um impacto agregado em toda a avenida e que terá repercussão até Olinda. Isso porque temos, além dos carros, as linhas de ônibus comuns”, explicou.  

 

4 - Obra é simples e prevista há muito tempo, sem que sequer o projeto tivesse sido executado
5 - Serão 200 metros entre a Rua dos Palmares (continuação da Avenida Mário Melo) e a Avenida da Saudade

Para se ter ideia do prejuízo que a ausência do corredor segregado provoca no BRT Norte-Sul basta ver os números da operação: Os veículos perdem quase 30 minutos da viagem que leva, em média, 1h20 entre Igarassu e o Centro do Recife nos horários de pico da manhã e da noite. Os BRTs saem do TI Igarassu, por exemplo, desenvolvendo 30 km/h. Na Cruz Cabugá, a velocidade cai para 5/6 km/h. “Será a melhor coisa se essa segregação acontecer. O ideal era que ela começasse logo após o fim do corredor da PE-15, em Olinda, e seguisse segregado até a Avenida Dantas Barreto porque as invasões da faixa do BRT são frequentes e impactam demais na viagem. Mas apenas na Cruz Cabugá já irá ajudar muito”, pondera Honório Gonçalves, superintendente do Conorte, o consórcio que opera o BRT Norte-Sul.

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