Pernambuco destoa do País com saldo negativo de desemprego no setor de transporte em 2021
Dados são da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e têm como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia
Pernambuco destoou do resto do País na geração de empregos formais no setor de transporte em 2021. Teve mais desligamentos do que admissões. Perde apenas para o Rio de Janeiro, Estado que vivencia uma crise financeira no setor desde 2019, especialmente no Sistema de BRT, alvo até de uma intervenção do poder público. E, como esperado, o cenário mais crítico foi verificado no chamado transporte rodoviário de passageiros urbano, ou seja, no sistema de ônibus que atende à Região Metropolitana do Recife. O serviço intermunicipal também teve impacto, mas menor.
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O diagnóstico é apontado pelo Painel do Emprego no Transporte, publicado nesta quinta-feira (27/5) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), e que tem como base o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O levantamento aponta que, no acumulado dos últimos quatro meses, foram 328 postos de trabalhos formais a menos no setor desde o início do ano. Foram 4.267 admissões e 4.595 desligamentos. Na comparação com outras unidades da federação, o Estado está em segundo lugar no ranking do saldo negativo de empregos formais no transporte.
À frente de Pernambuco no ranking negativo, apenas o Rio de Janeiro, que teve 2.836 desligamentos entre janeiro e abril de 2021. Por outro lado, o Rio gerou 13.969 admissões no mesmo período. O Estado de Alagoas é o que mais se aproxima de Pernambuco no número de desligamentos, com 327 registros. Além desses três Estados, a geração de empregos formais teve redução apenas em outras oito unidades da federação, a maioria no Nordeste e Norte do País: Sergipe, Paraíba, Piauí, Amapá, Amazonas, Acre e Espírito Santo.
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CENÁRIO NACIONAL É POSITIVO
Nacionalmente, o mercado de trabalho do setor de transporte segue em curva ascendente no saldo mensal resultante do número de contratações e demissões. Apesar dos efeitos da segunda onda da covid-19. Segundo a CNT, o mês de abril fechou com mais 7.255 postos de trabalho ocupados, diferença entre profissionais admitidos (58.735) e desligados (51.480). O cenário positivo se manteve no acumulado de janeiro a abril de 2021. O quadrimestre registrou um saldo positivo de 28.542 empregos formais.
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Considerando o comportamento dos diferentes modais, o segmento rodoviário de cargas foi o que apresentou o melhor desempenho no acumulado de janeiro a abril. A diferença entre contratações (196.471) e demissões (150.689) ocorridas no intervalo desses quatro meses, apresentou um saldo de mais 45.782 empregos formais.
O impacto negativo no mercado de trabalho do setor continua recaindo sobre os transportes rodoviários de passageiros urbanos e o de longo curso (intermunicipais e interestaduais). Os dois acumularam de janeiro a abril um saldo negativo de 13.463 e 6.561 empregos formais, respectivamente.