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Novo problema no Metrô do Recife provoca atrasos nas viagens nesta quarta

Sistema elétrico sofre segunda pane em uma semana e o terceiro considerando os problemas na Linha Diesel. VLT chegou a pegar fogo no fim de semana

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Roberta Soares, Ana Maria Miranda

Publicado em 27/04/2022 às 7:25 | Atualizado em 16/11/2023 às 15:45
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Com informações do repórter Waldson Balbino, da TV Jornal

As estações da Linha Centro do Metrô do Recife abriram com 1h de atraso na manhã desta quarta-feira (27), o que segue provocando atrasos para os passageiros. Já as estações da Linha Sul abriram com 30 minutos de atraso, também impactando os usuários.

Mesmo com o retorno da operação, o intervalo entre as viagens da Linha Centro aumentou, uma vez que os trens estão operando em via singela (quando uma única via é utilizada para os trens trafegarem nos dois sentidos).

O problema teria ocorrido na rede aérea na noite da terça-feira (26), entre as estações Recife e Ipiranga. A situação afeta tanto quem utiliza o ramal Jaboatão como o Camaragibe.

Em nota, a CBTU informou que trabalha para regularizar o serviço. De acordo com a companhia, houve uma manutenção da rede aérea durante a madrugada, fazendo com que a Linha Sul abrisse às 5h30 e a Centro, às 6h.

Confira a série de reportagens Metrôs - Uma conta que não fecha

Leia a nota completa:

"A CBTU Recife informa que por causa da manutenção da rede aérea realizada durante a madrugada de hoje, as Linhas Centro e Sul amanheceram com atraso na abertura dos portões. A Linha Sul abriu as 5h30, já a Linha Centro às 6h. Houve dificuldade na injeção de trens na Linha Centro que opera em via singela (quando apenas uma via é utilizada pelos trens nos dois sentidos). A CBTU trabalha no momento para regularizar o serviço".

Passageiro paga o preço

Na Estação Joana Bezerra, as plataformas estavam lotadas por volta das 7h20 desta quarta. Diversos passageiros reclamavam de atrasos para trabalhar ou ir a compromissos.

Guerra declarada: CBTU responsabiliza governo de Pernambuco pela crise no Metrô do Recife e cobra dívida de R$ 100 milhões

A passageira Maria José deveria ter chegado às 7h na Estação Rodoviária, mas às 7h15, ainda estava em Joana Bezerra aguardando o tem. "A gente fica sem saber o que fazer", lamentou.

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Plataformas lotadas devido a atrasos no Metrô do Recife nessa quarta-feira (27) - Severino Soares/JC Imagem
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Problema na rede aérea do Metrô do Recife provocou atraso na abertura das estações - Severino Soares/JC Imagem
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Estações abriram com atraso devido a problema na rede aérea do Metrô - Severino Soares/JC Imagem
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DESRESPEITO Passageiros são surpreendidos e sofrem com os constantes atrasos e interrupções de viagens - SEVERINO SOARES/JC IMAGEM

Além disso, os trens que chegam à estação estão lotados. "Quem sofre é o trabalhador, infelizmente o trabalhador que paga o preço. A gente chega cedo para ir para o seu trabalho e passa por esse constrangimento", lamentou outro passageiro, que já estava 20 minutos atrasado.

Problemas constantes

Este é ao menos o terceiro problema que provoca o fechamento de estações do Metrô do Recife em uma semana. Cerca de 300 mil pessoas utilizam o serviço diariamente, seja no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe ou Cabo de Santo Agostinho.

Na última quarta (20), um problema na rede aérea paralisou toda a Linha Centro. Naquele dia, as estações não abriram no início da manhã, e a situação só foi normalizada às 20h.

No último sábado (23), foi a vez dos passageiros da Linha Diesel passarem sufoco. Um trem VLT pegou fogo durante uma viagem, no Cabo de Santo Agostinho, fazendo com que os passageiros tivessem que sair às pressas. A operação foi suspensa devido ao incêndio.

Na última semana, a Coluna Mobilidade vem apontando o descaso e o sucateamento do Metrô do Recife. Uma solução é necessária para evitar novos problemas, que até oferecem risco à vida da população.

RECUPERAR METRÔ DO RECIFE CUSTARÁ MUITO CARO

O sistema pernambucano caminha para ser repassado à gestão privada, numa concessão pública semelhante à que está sendo implantada pelo governo federal no Metrô de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

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EM CHAMAS O VLT pegou fogo na altura do bairro de Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho. Causa ainda está sendo investigada - REPRODUÇÃO

O processo em Minas Gerais, inclusive, está avançado. A desestatização da CBTU na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi aprovada pelo governo federal e a previsão é de que o sistema receba um total de R$ R$ 3,7 bilhões, considerando todos os investimentos e aportes.

Exemplos de que a concessão pode ser positiva

O Governo Federal vai investir R$ 2,8 bilhões para viabilizar a construção da Linha 2 do metrô mineiro que atende Belo Horizonte e cidades próximas, além de obras de modernização e ampliação da Linha 1, intervenções previstas no processo de desestatização da CBTU. O aporte é fruto de um acordo alinhado entre o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o Ministério da Infraestrutura e o governo de Minas Gerais.

Além dos recursos federais, o Executivo mineiro vai aportar outros R$ 428 milhões, o que elevará o montante de investimentos para R$ 3,2 bilhões. Os investimentos totais estão estimados em R$ 3,7 bilhões e serão complementados pela iniciativa privada, que terá o direito de explorar os serviços. A concessão prevê a execução de investimentos para modernização e ampliação da Linha 1 e para a construção da Linha 2.

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Passageiros que precisam utilizar o VLT não vão conseguir nesta manhã - Severino Soares/JC Imagem

A CBTU-MG teve a desestatização qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), por meio do Decreto n. 9.999/2019, e a elaboração dos estudos necessários ao processo de desestatização e concessão estão sendo conduzidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O processo será semelhante para o Metrô do Recife - caso seja, de fato, aprovado. Os estudos seguem sendo feitos também pelo BNDES e têm avançado. No caso do sistema pernambucano, a última estimativa de investimentos necessários para deixar o metrô “apresentável” a uma possível concessão privada seria de R$ 1,5 bilhão.

Os valores foram informados, ainda em agosto de 2021, pela Secretaria Executivo de Parcerias e Estratégias de Pernambuco, que integra a Secretaria de Planejamento e Gestão e coordenada as Parcerias Público Privadas (PPPs) do Estado.

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