Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
COLUNA MOBILIDADE

Alemanha cria bilhete único nacional por R$ 45 mensais para estimular a população a deixar o carro em casa

O projeto é visto como um incentivo ao uso de transportes em comum, em um país onde as viagens de carros ainda são bastante solicitadas

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 27/06/2022 às 8:00
As passagens podem ser compradas pela internet, no site da Deutsche Bahn, a empresa de transporte ferroviário alemã, ou diretamente nas estações - DIVULGAÇÃO

Estratégias para trazer os passageiros de volta para o transporte público e ainda atrair novos - principalmente após a fuga provocada pela crise sanitária e econômica da pandemia de covid-19 -, multiplicam-se mundo afora .

Desde o início de junho, a Alemanha criou um bilhete único nacional por R$ 45 mensais para estimular a população a deixar o carro em casa. Assim, é possível viajar de trem por todo o país pagando apenas € 9 por mês. Na véspera da entrada em vigor da medida, sete milhões de bilhetes já haviam sido vendidos apenas para o mês de junho. Boa parte dos passageiros pretendia aproveitar a oferta para usar o sistema ferroviário, cuja malha cobre boa parte do território, em viagens nos fins de semana.

As passagens podem ser compradas pela internet, no site da Deutsche Bahn, a empresa de transporte ferroviário alemã, ou diretamente nas estações. A oferta vale principalmente para os trens regionais que trafegam em linhas administradas pela Deutsche Bahn. O que exclui alguns trens que atravessam a fronteira e dependem de serviços de países vizinhos, como a francesa SNCF, que não participa da operação. Em algumas cidades, o sistema também funciona nas redes de ônibus e bonde.

A medida é defendida pelos ecologistas. O projeto é visto como um incentivo ao uso de transportes em comum, em um país onde as viagens de carros ainda são bastante solicitadas. Mas a iniciativa também foi lançada para lutar contra a inflação galopante, que atingiu 7,9% em maio, oferecer uma opção diante do aumento dos preços dos combustíveis e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência do petróleo vindo da Rússia.

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