Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
TRANSPORTE PÚBLICO

Veja quantos ÔNIBUS voltarão a ter AR-CONDICIONADO no Grande Recife

Coletivos estavam operando sem o ar-condicionado ainda devido à pandemia de covid-19

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 15/03/2023 às 12:43 | Atualizado em 16/03/2023 às 15:53
Ônibus do Grande Recife terão que voltar a operar com o ar-condicionado ligado - ARNALDO CARVALHO/JCIMAGEM

A decisão do governo de Pernambuco de determinar que os ônibus que têm ar-condicionado voltem a operar com os equipamentos ligados vai beneficiar apenas uma pequena parte da frota que atende à Região Metropolitana do Recife.

Na verdade, menos de 12% do total de coletivos. Serão 445 ônibus do total de 2.230 veículos que atualmente estão em operação no Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR (STPP/RMR).

Estão de fora os veículos do Sistema BRT, que operam os Corredores Norte-Sul (Recife a Igarassu) e Leste-Oeste (Recife e Camaragibe), além das linhas Opcionais, que não deixaram de operar porque têm os janelões colados.

REDUÇÃO DA FROTA DE ÔNIBUS

A frota de ônibus em circulação no Grande Recife teve redução desde 2018. Por outro lado, o percentual de coletivos com refrigeração aumentou um pouco. Em dezembro de 2018, o STPP tinha 11,25% da frota com ar-condicionado. Eram 304 dos 2.703 veículos que estavam em operação na época. No fim de 2019 aumentou para 16,36%. Eram 441 coletivos refrigerados de um total de 2.696.

PANDEMIA PROVOCOU DESLIGAMENTO DO AR-CONDICIONADO

Logo no início da pandemia, ainda em 2020, a refrigeração dos coletivos foi desativada por causa das medidas sanitárias. E, no início de dezembro de 2022, o Estado determinou, novamente, que os ônibus circulassem sem refrigeração, ou seja, com os aparelhos de ar-condicionado desligados.

O desligamento valeria por 60 dias e teve como base uma Nota Técnica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), emitida dias antes e que alertava para o aumento da contaminação de covid-19 nos últimos meses, em função das subvariantes da Ômicron.

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Agora, o religamento foi determinado, segundo o secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, Evandro Avelar. “Vamos promover muitas mudanças no transporte público do Grande Recife para organizar o sistema. Vamos combater a evasão de receita, que hoje está levando R$ 20 milhões por mês da operação, mas também vamos exigir melhorias para o passageiro. É o caso dos testes das catracas elevadas e, ao mesmo tempo, a volta da refrigeração nos coletivos”, explica Evandro Avelar.

PROMESSA DE TODA A FROTA DE ÔNIBUS COM AR-CONDICIONADO

Muita gente não vai lembrar, mas no fim de 2019, antes da pandemia provocada pelo coronavírus, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou a Lei Estadual 16.787/2019 que previa a refrigeração gradativa dos ônibus da RMR em até quatro anos. Mas a pandemia de covid-19 engavetou o que já estava lento.

A legislação uniformizou e ampliou para todo o Grande Recife a climatização da frota de coletivos, antes restrita às linhas que começavam e terminavam nos limites das cidades do Recife e de Olinda.

A prioridade da climatização, na época, era para as linhas perimetrais, radiais, troncais e circulares. Em seguida, aquelas de maior demanda. A estimativa do Estado era de que, após os quatro anos previstos, o STPP passasse a ter entre 39% e 51% da frota refrigerada.

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CUSTO DO AR-CONDICIONADO NOS ÔNIBUS

A refrigeração dos ônibus, no entanto, iria provocar um impacto anual de três a cinco centavos no valor da passagem da RMR – acréscimo que, é importante destacar, seria pago pelo passageiro.

Isso aconteceria porque a proposta do Executivo, assim como as legislações municipais aprovadas no fim do primeiro semestre de 2019 pelo Recife e Olinda, não definiram uma receita para cobrir os novos custos.

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