A dura rotina dos motoristas de ônibus - tema de reportagem que o JC publicou neste domingo - será mais uma vez a razão para protestos da categoria na Região Metropolitana do Recife. Os rodoviários realizam uma manifestação nesta segunda-feira (27/3), na Zona Oeste do Recife.
O ato acontecerá no Terminal Integrado Caxangá, na Iputinga, no início da manhã, para exigir melhorias na infraestrutura do TI para acomodar os profissionais nos intervalos de descanso.
Pelo menos a princípio, a intenção dos rodoviários não é interditar ruas ou impedir a circulação dos coletivos, mas fazer um ato para denunciar à população a falta de um espaço para a alimentação dos profissionais.
“Tem um ano que nós pedimos a construção de um refeitório para os motoristas na unidade, com o envio de diversos ofícios ao Grande Recife Consórcio de Transporte, e não temos qualquer retorno do governo do Estado. Os profissionais têm sido obrigados a se alimentar nos coletivos, sem qualquer conforto”, critica Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco.
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A degradação do TI Caxangá também será denunciada no ato. Segundo os rodoviários, o terminal tem problemas de esgoto a céu aberto e ainda não recebeu um tratamento parecido com outras unidades, já requalificadas no contrato que repassou para a gestão privada os 26 terminais integrados e as 44 estações de BRT.
Trata-se da primeira Parceria Público-Privada (PPP) do Estado na gestão de terminais de ônibus e entrou em operação em dezembro de 2021, sob controle da Nova Mobi Pernambuco, empresa do Grupo Socicam criada para o novo contrato, que tem expertise na gestão de terminais no País, especialmente em São Paulo, e que há 13 anos administra o Terminal Integrado de Passageiros (TIP), a rodoviária localizada na Zona Oeste da capital, além de outros seis terminais rodoviários pernambucanos.
“O sentimento não é de fazer paralisações, mas tudo pode acontecer porque a categoria está bem cansada das péssimas condições de trabalho”, alerta Aldo Lima. Vale lembrar que o dissídio dos rodoviários está se aproximando - no fim do primeiro semestre - e, como acontece todos os anos, as manifestações pela cidade deverão aumentar, impactando na rotina dos passageiros e no trânsito.