O maquinista da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) suspeito de atirar contra dois colegas de trabalho, matando um deles, na Estação da Luz, na região central de São Paulo, no domingo (25/6), foi encontrado morto na tarde desta quinta-feira (29).
A CPTM é o sistema de trens que conecta a Região Metropolitana de São Paulo.
O corpo foi localizado pela PM na Rodovia Anhanguera, em São Simão, cidade do interior do Estado, localizada a 280 quilômetros da capital. O funcionário da companhia estava foragido desde o crime, quando atirou contra outros dois trabalhadores da CPTM,
Ainda não se sabe se o maquinista foi assassinado ou se matou. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a motocicleta usada na fuga após o crime, assim como uma pistola, foram encontradas ao lado do corpo e apreendidas pelos policiais.
Durante as investigações do caso, a Polícia Civil encontrou um conjunto de armas e munições na casa do suspeito, que não tinha autorização para o porte de armas. A morte do suspeito será apurada pela Delegacia de São Simão.
O maquinista encontrado morto trabalhava há 11 anos na CPTM. No domingo, à tarde, ele efetuou disparos com arma de fogo em uma sala na área interna da Estação da Luz, uma das principais do transporte sobre trilhos da capital paulista, e atingiu dois colegas de trabalho. Após o crime, fugiu.
As vítimas foram socorridas, mas uma delas, um supervisor de tração, não resistiu ao ferimento e morreu no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A segunda, um maquinista, levou um tiro no pé e, depois de atendido no Hospital Sancta Maggiore, teve alta.
Até agora não se sabia quais as razões que levaram o maquinista a atirar contra os colegas. Segundo a Polícia Militar de São Paulo, testemunhas relataram que o autor dos disparos entrou na sala de funcionários com a arma escondida na mochila. Antes de atirar, teria dito "eu quero ver você tirar sarro".
Nas redes sociais, a CPTM foi criticada pelas condições de trabalho dos profissionais. Alguns seguidores que parecem ser metroferroviários, reclamaram que falta apoio psicológico e associaram o caso ao estresse provocado pela privatização de parte da companhia pelo Estado de São Paulo.
"Merecemos muito mais do que um post de pesar. Precisamos de atenção, precisamos ser ouvidos, precisamos de atendimento psicológico de qualidade, somos a parte que leva outras vidas e somos a parte que mais sofre abusos psicológicos dentro da empresa", critica uma seguidora.
"Fomos submetidos a uma transferência forçada, trabalhamos todos os dias com a pressão de perdermos nossos empregos a qualquer momento, muitos colegas estão a beira de um colapso e precisam de uma atenção real de um psicólogo de verdade pq aqueles do exame periódico não estão nem aí com a gente".
"Hoje, no lugar do ocorrido, não tem uma equipe de apoio psicológico, só trabalhadores assustados com o ocorrido de ontem. A tração grita por socorro, precisamos de mais atenção. Não é a primeira vez que acontece uma tragédia em uma escala, da outra vez o colega se matou e agora matou outro e tentou matar mais gente, fora a saúde mental dele que, com certeza está em cacos, pra fazer isso...".