INCENTIVO À INDÚSTRIA DO CARRO: vendas sobem 6,5% e setor já pede ampliação do programa de incentivo a carros

Fenabrave, que representa as concessionárias no Brasil, já elabora uma nova proposta para apresentar em breve ao governo federal
Roberta Soares
Publicado em 04/07/2023 às 17:24
Fenabrave afirmou que o programa de estímulo à indústrua "fez o coração do setor voltar a bater" Foto: Marcello Casal Jr./Abr


O plano de incentivo à indústria do carro, lançado no início de junho pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve resultados positivos para o setor, que já pede a ampliação do programa. O incentivo à compra de carros, entretanto, foi bastante criticado por entidades que defendem a mobilidade urbana sustentável, prioritariamente o transporte coletivo e a mobilidade ativa.

Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade representativa do setor de distribuição no Brasil, as vendas de veículos tiveram crescimento de 6,5% no mês passado, frente ao mesmo período de 2022.

Esse crescimento reflete o impulso ao mercado dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil patrocinados pelo governo federal no preço dos automóveis. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram vendidos 189,5 mil veículos zero quilômetro em junho, conforme balanço divulgado nesta terça-feira (4/7).

Na comparação com o mês de maio, as vendas subiram 7,4%. Pela primeira vez no ano, o ritmo diário bateu a marca de 9 mil veículos.

APELO POR AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE INCENTIVO AO CARRO

A direção da Fenabrave considerou o impacto no mercado dos descontos patrocinados pelo governo como muito positivo. Na coletiva, o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, ressaltou diversas vezes que, após um período de paradas de fábricas e estoques elevados, o programa fez o coração do setor voltar a bater.

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Ele ponderou, no entanto, que o "trabalho precisa ter sequência". E que a área técnica da entidade já prepara uma nova proposta para apresentar em breve ao governo federal. “Queremos um programa que seja bom para todos. Ou seja, que estimule o mercado - chegando ao consumidor final que perdeu poder aquisitivo -, preserve a arrecadação do governo pelo aumento de volume e reduza as emissões com a renovação da frota”, afirmou.

EXPECTATIVA DE MAIS E MAIS VENDAS

O executivo afirmou, ainda, que está sendo esperada um pico de vendas neste mês de julho, já que existe uma defasagem entre a venda e a entrega do automóvel e os estoques na rede. Isso porque, apesar da corrida dos consumidores às lojas, dada a tendência de esgotamento rápido dos bônus autorizados pelo governo, o desempenho do mês foi prejudicado pela liberação apenas no último dia de junho dos descontos para as locadoras de veículos, que respondem por três em cada dez carros vendidos no País.

Com o resultado de junho, o primeiro semestre terminou com 998,3 mil veículos emplacados, volume 8,8% superior ao dos seis primeiros meses do ano passado. Vale lembrar que no ano passado as vendas foram comprometidas pela falta de carros no mercado em razão da crise no fornecimento de componentes eletrônicos.

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