Os metroviários de Pernambuco voltam a realizar uma assembleia na próxima semana para, dessa vez, votar uma greve geral do Metrô do Recife, o que afetará diretamente mais de 200 mil passageiros na Região Metropolitana do Recife. A assembleia acontecerá na terça-feira (1º de agosto), às 18h, na Estação Recife do metrô, no bairro de São José, Centro da capital pernambucana.
O Metrô do Recife ficou sem operar por 48h, entre às 22h da terça-feira (25) e às 22h desta quinta (27). No lugar de uma greve geral, a categoria aprovou um segundo movimento de paralisação. Anteriormente, o metrô tinha sido paralisado por 24h.
“Mas, dessa vez, a próxima assembleia será para aprovar uma greve geral, já que não temos visto nenhum avanço nas nossas negociações. Nem o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, muito menos sobre a retirada da CBTU do Plano Nacional de Desestatização”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro), Luiz Soares.
Nesta quinta, segundo e último dia do movimento dos metroviários, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) determinou que o Metrô do Recife voltasse a operar no Grande Recife, mesmo com a paralisação de 48h para terminar às 22h.
O TRT-6 determinou o retorno de 60% da frota de trens do metrô em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30) e 40% nos demais períodos. Assim como determinado para os motoristas de ônibus - que vão entrar no terceiro dia de greve geral -, o descumprimento da determinação por parte da categoria prevê o pagamento de multa diária de R$ 30 mil.
A decisão foi dada pelo desembargador Sérgio Torres Teixeira, que está no exercício da Presidência do TRT-6. E atende à ação cautelar movida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), impetrada na quarta-feira (26/7), para a qual foi concedida uma decisão liminar.
Embora não tenha sido uma greve geral por tempo indeterminado, a paralisação de 48h dos metroviários parou o Metrô do Recife. O sistema não conseguiu operar nenhuma das linhas elétricas (Centro e Sul) e diesel (VLT), nem mesmo nos horários de pico da manhã e da noite, afetando mais de 200 mil pessoas que dependem do sistema diariamente.
Os metroviários aprovaram o movimento na noite desta terça-feira (25), que ganhou força com a greve geral dos motoristas de ônibus.
Os metroviários estão em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do Plano Nacional de Desestatização (PND), o que não aconteceu mesmo após sete meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.
Além disso, alega que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2024, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.
A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.
Por nota, a CBTU Recife informou que submeteu o ACT ao governo federal e que ele não foi autorizado. “Em relação ao Acordo Coletivo 2023/2024, a CBTU submeteu, para apreciação à Secretaria de Coordenação das Estatais (SEST), a proposta que foi discutida conjuntamente com os sindicatos. No entanto, a proposta não foi aprovada e as negociações continuam em andamento”.