GREVE METRÔ DO RECIFE: fracassa tentativa de suspender GREVE do METRÔ do RECIFE

Metroviários e CBTU não chegaram a um acordo mediados pela Justiça do Trabalho
Roberta Soares
Publicado em 04/08/2023 às 17:47
Metroviários fazem passeata pelo Centro do Recife em defesa da greve e contra a privatização do Metrô do Recife Foto: BETO DLC/JC IMAGEM


* Matéria atualizada após a assembleia dos metroviários

Mesmo com a mediação da Justiça do Trabalho, metroviários e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não chegaram a um acordo para acabar a greve geral iniciada na noite da quarta-feira (2/8). Assim, a greve do Metrô do Recife deve continuar.

Os metroviários iriam realizar uma assembleia ainda nesta sexta para validar ou não a continuidade do movimento, que começou às 22h da quarta-feira (1/ 8). À noite, após assembleia, a categoria decidiu atender à determinação judicial de operar o metrô nos horários de pico da manhã e da noite.

A reunião de tentativa de conciliação, realizada na tarde desta sexta-feira (4), fracassou. Como previsto pelos metroviários, a CBTU não apresentou nenhuma nova proposta para a categoria.

O encontro foi provocado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e aconteceu na sede do Tribunal, no Cais do Apolo, Bairro do Recife, Centro da capital.

Um novo encontro de conciliação ficou marcado para segunda-feira (7/8 ), às 15h, também no TRT-6.

“A reunião pré-processual para tentativa de conciliação entre o Sindicato dos Metroviários e a CBTU, realizada nesta sexta-feira (4/8), no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região acabou sem acordo. Um novo encontro, ainda em fase pré-processual, foi agendado para segunda-feira, às 15h, na sala da vice-presidência do TRT-6”, afirmou o TRT-6 por nota.

A categoria decretou greve geral após duas paralisações e defendem o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025 e a retirada da CBTU do Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal.

Greve do metrô: greve dos metroviários é mantida no Grande Recife, com 60% da frota em horários de pico

Os metroviários realizam uma passeata pelas ruas do Centro do Recife. Saíram da Estação Recife do metrô, no bairro de São José, e seguiram até a sede do TRT-6, no Cais do Apolo.

MULTA DIÁRIA DE R$ 60 MIL SE METRÔ NÃO OPERAR NOS HORÁRIOS DE PICO

A Justiça do Trabalho tinha determinado que os metroviários garantissem, ao menos, a operação do Metrô do Recife nos horários de pico da manhã e da noite. O Tribunal determinou o retorno de 60% da frota de trens do metrô em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30) e 40% nos demais períodos. O descumprimento da determinação por parte da categoria prevê o pagamento de multa diária de R$ 60 mil, o dobro da que foi estipulada anteriormente, na paralisação de 48h.

Nesta sexta, após o fracasso das negociações, o TRT-6 fez um alerta aos metroviários sobre o descumprimento do funcionamento do Metrô do Recife nos horários de pico. “É importante lembrar que, na quinta-feira (3/8), após análise da liminar do dissídio coletivo ajuizado pela CBTU, o TRT-6 determinou o retorno de 60% da frota de metrô na Região Metropolitana do Recife em horários de pico e 40% nos demais períodos. O descumprimento prevê o pagamento de multa de R$ 60 mil por dia”, enfatizou.

O encontro foi entre o Sindmetro (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos do Estado de Pernambuco) e a CBTU. E, como explicou o próprio TRT-6, era uma tentativa de conciliação entre as partes pelo fim da greve da categoria, que está prejudicando 200 mil passageiros diariamente, em média.

Segundo o TRT-6, as negociações foram comandadas pelo desembargador Sérgio Torres

Veja momento em que os METROVIÁRIOS do Grande Recife votam por GREVE na noite desta quarta-feira (2)

 

CBTU RECIFE ACIONOU METROVIÁRIOS NA JUSTIÇA

A decisão do TRT-6 de determinar o funcionamento no pico foi uma provocação da CBTU, que também acionou a Justiça do Trabalho pela mesma razão na paralisação de 48h que os metroviários realizaram entre às 22h da terça-feira (25/7) e às 22h da quinta (27/7), depois de uma primeira paralisação de 24h, há duas semanas.

A decisão foi dada pela desembargadora Nise Pedroso, que também é a presidente do TRT-6. E atende à ação cautelar movida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), impetrada ainda na noite da quarta (1/8), para a qual foi concedida uma decisão liminar. O argumento é de que o metrô é um serviço essencial e, por isso, precisa ter a operação garantida.

ESTADO DE GREVE HÁ MAIS DE TRÊS MESES

GUGA MATOS/JC IMAGEM - Justiça determinou multa diária de R$ 60 mil caso metrô não funcione nos horários de pico

Os metroviários estão em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do PND, o que não aconteceu mesmo após oito meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.

Além disso, alega que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.

A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.

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