* Matéria atualizada após a assembleia dos metroviários
Mesmo com a mediação da Justiça do Trabalho, metroviários e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não chegaram a um acordo para acabar a greve geral iniciada na noite da quarta-feira (2/8). Assim, a greve do Metrô do Recife deve continuar.
Os metroviários iriam realizar uma assembleia ainda nesta sexta para validar ou não a continuidade do movimento, que começou às 22h da quarta-feira (1/ 8). À noite, após assembleia, a categoria decidiu atender à determinação judicial de operar o metrô nos horários de pico da manhã e da noite.
A reunião de tentativa de conciliação, realizada na tarde desta sexta-feira (4), fracassou. Como previsto pelos metroviários, a CBTU não apresentou nenhuma nova proposta para a categoria.
O encontro foi provocado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) e aconteceu na sede do Tribunal, no Cais do Apolo, Bairro do Recife, Centro da capital.
Um novo encontro de conciliação ficou marcado para segunda-feira (7/8 ), às 15h, também no TRT-6.
“A reunião pré-processual para tentativa de conciliação entre o Sindicato dos Metroviários e a CBTU, realizada nesta sexta-feira (4/8), no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região acabou sem acordo. Um novo encontro, ainda em fase pré-processual, foi agendado para segunda-feira, às 15h, na sala da vice-presidência do TRT-6”, afirmou o TRT-6 por nota.
A categoria decretou greve geral após duas paralisações e defendem o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025 e a retirada da CBTU do Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal.
Os metroviários realizam uma passeata pelas ruas do Centro do Recife. Saíram da Estação Recife do metrô, no bairro de São José, e seguiram até a sede do TRT-6, no Cais do Apolo.
A Justiça do Trabalho tinha determinado que os metroviários garantissem, ao menos, a operação do Metrô do Recife nos horários de pico da manhã e da noite. O Tribunal determinou o retorno de 60% da frota de trens do metrô em horários de pico (das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30) e 40% nos demais períodos. O descumprimento da determinação por parte da categoria prevê o pagamento de multa diária de R$ 60 mil, o dobro da que foi estipulada anteriormente, na paralisação de 48h.
Nesta sexta, após o fracasso das negociações, o TRT-6 fez um alerta aos metroviários sobre o descumprimento do funcionamento do Metrô do Recife nos horários de pico. “É importante lembrar que, na quinta-feira (3/8), após análise da liminar do dissídio coletivo ajuizado pela CBTU, o TRT-6 determinou o retorno de 60% da frota de metrô na Região Metropolitana do Recife em horários de pico e 40% nos demais períodos. O descumprimento prevê o pagamento de multa de R$ 60 mil por dia”, enfatizou.
O encontro foi entre o Sindmetro (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos do Estado de Pernambuco) e a CBTU. E, como explicou o próprio TRT-6, era uma tentativa de conciliação entre as partes pelo fim da greve da categoria, que está prejudicando 200 mil passageiros diariamente, em média.
Segundo o TRT-6, as negociações foram comandadas pelo desembargador Sérgio Torres
Veja momento em que os METROVIÁRIOS do Grande Recife votam por GREVE na noite desta quarta-feira (2)
A decisão do TRT-6 de determinar o funcionamento no pico foi uma provocação da CBTU, que também acionou a Justiça do Trabalho pela mesma razão na paralisação de 48h que os metroviários realizaram entre às 22h da terça-feira (25/7) e às 22h da quinta (27/7), depois de uma primeira paralisação de 24h, há duas semanas.
A decisão foi dada pela desembargadora Nise Pedroso, que também é a presidente do TRT-6. E atende à ação cautelar movida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), impetrada ainda na noite da quarta (1/8), para a qual foi concedida uma decisão liminar. O argumento é de que o metrô é um serviço essencial e, por isso, precisa ter a operação garantida.
Os metroviários estão em Estado de Greve desde o fim do mês de abril como pressão para forçar o governo federal a retirar a CBTU do PND, o que não aconteceu mesmo após oito meses da gestão Lula. A categoria está revoltada com a postura do governo federal.
Além disso, alega que, em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025, que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou.
A minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Mesmo pedindo 25%, a categoria teria cedido à proposta.