As obras de duplicação da Avenida Cláudio José Gueiros Leite - que na verdade é a rodovia estadual PE-001 - seguem avançando em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, desde que foram retomadas no início de 2023. Os trabalhos estão na fase de construção da drenagem e vão representar um investimento de R$ 14,5 milhões.
A duplicação acontecerá num trecho de quatro quilômetros, entre o Forte de Pau Amarelo, em Pau Amarelo, e o entroncamento da rodovia com a PE-022, em Conceição, que dá acesso à rodovia PE-15. Os recursos são da Prefeitura de Paulista e a previsão é de que a conclusão aconteça antes do Carnaval 2024.
Mesmo sendo uma via estadual, o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro, resolveu assumir a requalificação e duplicação da PE-001, decisão tomada ainda na gestão estadual passada, quando o governo do Estado era comandado por Paulo Câmara. E segue mantida no governo Raquel Lyra (PSDB).
“A PE-001 já está duplicada no trecho de seis quilômetros entre a Ponte do Janga e o Forte de Pau Amarelo, obra feita com recursos do governo do Estado. Agora, a prefeitura está assumindo a duplicação nessa segunda parte. Além da ampliação da capacidade viária da rodovia, estamos fazendo a requalificação e toda a acessibilidade da via”, explica o secretário de Infraestrutura de Paulista, Lídio Valença.
Segundo o secretário, a gestão municipal desistiu de esperar pelo Estado para fazer a obra e tem pressa para melhorar a mobilidade da população e o acesso a empreendimentos econômicos que têm sido erguidos na cidade. “Cansamos de esperar e precisávamos potencializar os investimentos na cidade, tanto comerciais como turísticos. Só com a duplicação do trecho da Ponte do Janga já vimos a mudança econômica promovida. O crescimento comercial da área impressiona. E temos outros investimentos sendo feitos, como o realizado pelo Grupo Votorantin, que precisa dessa duplicação”, argumenta Lídio Valença.
As intervenções na rodovia também preveem a substituição da rede de abastecimento d'água, construção de calçadas, aplicação de asfalto, instalação de nova iluminação e sinalização de trânsito nos seis quilômetros de obras.
MORADORES RECLAMAM DA DEMORA NOS TRABALHOS, DA FALTA DE SEGURANÇA VIÁRIA E DA AUSÊNCIA DE CICLOVIA
Apesar do avanço atual, moradores reclamam da demora da obra. “Os trabalhos só voltaram à carga há poucos meses. Começaram no início do mandato do atual prefeito, mas depois ficaram parados por um bom tempo. O trecho está bem complicado atualmente, já que as obras estão tomando os acostamentos e a pista de rodagem está com bastante buracos, principalmente nas proximidades do Forte de Pau Amarelo”, reclama Paulo Marcelo Pontes, morador do bairro do Janga.
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Outro ponto questionado é a ausência de uma ciclovia no projeto. “Mais uma vez, apesar de prevista no Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC), não será construída uma ciclovia na avenida. Também não existe, até o momento, qualquer ação de proteção a ciclistas que precisam se deslocar nesse percurso, colocando as pessoas em risco iminente de sinistros”, reforça o morador.
Segundo Paulo Pontes, não há sinalização para redução de velocidade do trecho em obras, fiscalização constante ou sequer cones que segreguem o caminho de quem pedala no trecho.
O secretário de Infraestrutura de Paulista explica que a largura da PE-001 não comportaria o equipamento. “Não temos espaço físico para implantar uma ciclovia e, para manter os 60 km/h da rodovia, teria que ser uma ciclovia e, não, uma ciclofaixa. Nós teremos calçadas de 1,5 a 2 metros, e 14 metros de faixas de rolamento (3,5 metros para cada faixa). Precisaríamos de pelo menos 2,40 metros para a ciclovia. Por isso, vamos requalificar o equipamento existente na orla”, garante.
Os moradores também alertam para a falta de segurança viária na rodovia. “Mais do que a duplicação da PE-001, preocupa a ausência de ações para a preservação da vida das pessoas que compõem o trânsito - isso aplicado a todo o trecho. Trata-se de uma rodovia estadual com volume intenso de veículos que atravessa o bairro mais populoso de Paulista e carece de sinalização vertical, de pontos de retorno (o que é uma das principais causas de sinistros), de semáforos que permitam a travessia segura de pedestres, de limitação de velocidade (as vias são largas, com limite de 60 Km/h, mas não há fiscalização que impeça condutores de trafegarem em velocidade maior que a regulamentada)”, reforça o morador.