O ator Bruno de Luca se pronunciou pela primeira vez nesta sexta-feira, 3, após o atropelamento do também ator Kayky Brito, em setembro, na orla do Rio de Janeiro, e disse que ainda mantém amizade com o artista. Bruno foi denunciado pelo Ministério Público por omissão de socorro.
Em um longo texto publicado no Instagram, Bruno disse que vive "uma angústia muito grande" desde o dia do sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. entenda) e que manteve contato com a família do ator para que fosse atualizado sobre seu estado de saúde. Ele ainda contou que Kayky o atualiza sobre os progressos clínicos e na fisioterapia depois de receber alta.
O ator comentou que os dois decidiram se reunir naquela noite já que, desde que o amigo se mudou para Curitiba, seus encontros "ficaram mais raros". "Naquela noite, nos encontramos para celebrar os novos momentos das nossas vidas: paternidade, família, novos objetivos. Infelizmente, toda essa empolgação nos fez exagerar na bebida, e esse exagero transformou comemoração em tragédia", descreveu.
TRAUMA ADQUIRIDO APÓS O ATROPELAMENTO
O artista relatou que começou tratamentos para cuidar de sua saúde mental e que o acidente o deixou em "estado de choque". "Na minha cabeça, eu tinha presenciado uma morte. Todos esses eventos naquela noite afetaram minha capacidade de discernimento e coerência. Fiquei totalmente descontrolado e mentalmente abalado", prosseguiu.
Segundo a psiquiatra que realiza o seu tratamento, Bruno teria desenvolvido um quadro de "amnésia dissociativa" - "um tipo de perda de memória provocada por trauma ou estresse que resulta na incapacidade de recordar informações pessoas importantes". O ator afirmou ter apenas "flashes" do atropelamento e contou que havia marcado um voo para São Paulo no dia seguinte.
Conforme o artista, ele teria enviado uma mensagem a Kayky para saber se o amigo também tinha presenciado o ocorrido, mas não obteve resposta. Mais tarde, ele teria recebido uma ligação de Sthefany Brito, irmã de Kayky, que perguntava pelo ator.
MPPE entendeu que houve omissão de socorro. Entenda
"Eu disse que ele deveria estar na casa dos pais, já que eu tinha me despedido dele", afirmou. Na sequência, Sthefany ligou novamente para contar que o irmão havia dado entrada no hospital. "Na minha cabeça, jamais seria ele o acidentado", escreveu Bruno.
O ator chegou a embarcar para São Paulo, mas soube do estado de saúde do amigo por meio de jornais. "Cancelei meu trabalho, voltei no primeiro voo que consegui vaga e fui direto para a casa da família dele. Conversamos, nos emocionamos muito. Em nenhum momento a família do Kayky duvidou do que eu contei", relatou.
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Bruno comentou que os dois mantêm uma amizade há mais de 20 anos. "Passamos por muitos momentos felizes, mas também por momentos muito delicados, em que eu sempre estive ao lado de Kayky", disse.
O ator afirmou que, "se pudesse escolher", teria tido outra reação no momento do acidente. "O meu arrependimento daquela noite é não ter puxado o Kayky com mais força, ter percebido que já estava tarde e ido embora", descreveu.
Ele agradeceu às pessoas que lhe prestaram apoio durante o período e também a Diones Coelho da Silva, motorista que prestou socorro ao amigo. "A felicidade é um bem precioso que deve ser buscado todos os dias. Eu seguirei buscando a minha", finalizou.