INFRAESTRUTURA

BR-232: depois de anos completamente perigosa, BR-232 volta a ser uma rodovia trafegável

Como faz todos os anos, o JC foi conferir as condições da rodovia no trecho de 130 quilômetros entre Recife e Caruaru, no Agreste do Estado

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Roberta Soares

Publicado em 14/06/2024 às 8:00 | Atualizado em 19/06/2024 às 15:37
Notícia

Depois de ficar quase intrafegável por muitos anos, a BR-232, eixo rodoviário estrutural que corta quase todo o Estado de Pernambuco, voltou a ser uma rodovia menos perigosa. Ainda não é uma BR totalmente segura e sem problemas de pavimento, sinalização e drenagem, sem dúvida, mas está infinitamente melhor do que já esteve.

Como faz todos os anos, o JC foi conferir as condições do trecho de 130 quilômetros entre Recife e Caruaru, no Agreste do Estado, e que costuma receber um grande volume de tráfego no fim do primeiro semestre, em função das comemorações da Semana Santa e, principalmente, do São João. São mais de 50 mil veículos circulando diariamente no corredor que, em épocas festivas, aumenta em 40%.

E constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR e deixá-la menos perigosa. Trechos que em 2023 estavam extremamente comprometidos, como os 30 quilômetros a partir da Zona Oeste do Recife até Moreno, por exemplo, foram recuperados e encontram-se sem buracos.

BR-232: embora mais trafegável, rodovia terá que ser totalmente refeita ao custo de R$ 300 milhões

A falta de sinalização horizontal no trecho ainda assusta muitos motoristas pelo perigo, principalmente à noite, mas a substituição das sujas soluções de ‘tapa-buraco’ pelo recapeamento asfáltico íntegro amplia indiscutivelmente a segurança viária.

PISTA DE CONCRETO COM PROBLEMAS E DE ASFALTO CONSERVADA

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JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR-232, que está menos perigosa - Guga Matos/JC Imagem
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Ainda não é uma BR totalmente segura e sem problemas de pavimento, sinalização e drenagem, sem dúvida, mas está infinitamente melhor do que já esteve - Guga Matos/JC Imagem
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Ações paliativas para recuperar o pavimento da BR-232 não resolvem mais. É preciso refazê-la - Guga Matos/JC Imagem
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JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR-232, que está menos perigosa - Guga Matos/JC Imagem
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Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto. - Guga Matos/JC Imagem

Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto.

Por isso que a completa restauração da rodovia é necessária. Ações paliativas para recuperar o pavimento não resolvem mais. É preciso refazê-la, o que deverá acontecer a partir de 2025, com recursos do governo federal.

Isso porque o governo de Pernambuco refez esses trechos. Somente entre o fim de 2023 e junho de 2024, gastou R$ 42 milhões. Na verdade, a recuperação da forma correta dos trechos em asfalto começou ainda no fim da gestão estadual do PSB, quando a então Secretaria de Infraestrutura de Pernambuco era comandada pela engenheira Fernanda Batista.

Um trecho conhecido pelos problemas - os 50 quilômetros entre Caruaru, Bezerros e Gravatá (sentido Interior-Recife) -, por exemplo, teve melhorias significativas ainda em 2022, no fim do governo Paulo Câmara (PSB). Mas, agora, sob os cuidados da equipe da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), avançou ainda mais.

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JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR-232, que está menos perigosa - Guga Matos/JC Imagem

O trecho tem uma excelente trafegabilidade, inclusive com sinalização horizontal nova. Outro aspecto que reflete o cuidado que o governo de Pernambuco voltou a tratar a BR-232 é a capinação da rodovia, percebida em quase toda a extensão entre o Recife e Caruaru.

POPULAÇÃO SE DIVIDE ENTRE ELOGIOS E CRÍTICAS

O pernambucano reconhece a melhoria da BR-232, principalmente aqueles que utilizam a rodovia com frequência ou dependem dela para sobreviver. É o caso de Maurício Rodrigues de Souza, garçom da churrascaria Bode da Serra, localizada às margens da BR-232, em Gravatá.

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O caminhoneiro paraense Sérgio Alexandre Farias, 42 anos e natural de Marabá (PA), fez críticas à rodovia BR-232 - Guga Matos/JC Imagem
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Maurício Rodrigues de Souza, garçom da churrascaria Bode da Serra, localizada às margens da BR-232, em Gravatá, elogiou as melhorias na rodovia - Guga Matos/JC Imagem

“A BR melhorou muito, principalmente no trecho de Gravatá, que era um dos piores. Estava muito acabada por aqui e ouvíamos reclamações dos clientes toda hora. Principalmente dos turistas, tanto pernambucanos como de outros estados. Agora, finalmente, o governo resolveu acabar com os buracos e deixar a estrada segura. Esperamos que melhore ainda mais”, afirmou.

Mas, para quem é acostumado a trafegar em rodovias concedidas (com pedágio) em outros estados, a BR-232 continua representando perigo e repleta de armadilhas. Principalmente as faixas da direita, destinadas ao tráfego pesado.

Foi o caso do caminhoneiro paraense Sérgio Alexandre Farias, 42 anos e natural de Marabá (PA). O profissional estava horrorizado com as condições da BR-232 e discordou completamente da impressão positiva que a reportagem teve da estrada.

“A rodovia é muito ruim, repleta de buracos e tem um volume grande de veículos, o que a torna ainda mais perigosa. Você percebe que é uma estrada nova, mas mal cuidada, com muitos remendos, principalmente na faixa da direita, onde os veículos pesados precisam trafegar. Há um ano passei por ela e achei ainda pior. Não sei como as autoridades de Pernambuco não veem isso”, afirmou.

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Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto. - Guga Matos/JC Imagem
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Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto. - Guga Matos/JC Imagem
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O JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR e deixá-la menos perigosa, embora ainda existam trechos com pavimento esburacado e vegetação alta - Guga Matos/JC Imagem
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BR-232 ainda mata mais do que a gigante BR-101, que pela sua dimensão nacional, recebe um volume muito maior de veículos - Guga Matos/JC Imagem
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Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto. - Guga Matos/JC Imagem
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Na verdade, a situação de desgaste da BR-232 mudou: agora, os trechos construídos com asfalto - basicamente as pistas antigas da rodovia, antes da duplicação em 2000 - estão melhores do que as partes construídas com concreto. - Guga Matos/JC Imagem
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O JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR e deixá-la menos perigosa, embora ainda existam trechos com pavimento esburacado e vegetação alta - Guga Matos/JC Imagem
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O JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR e deixá-la menos perigosa, embora ainda existam trechos com pavimento esburacado e vegetação alta - Guga Matos/JC Imagem

E seguiu defendendo que, diante da degradação, é muito melhor pagar um pedágio e ter uma estrada segura, com infraestrutura de suporte aos caminhoneiros, por exemplo. “Só ando em rodovias boas. Pedagiadas, é fato, mas boas. É muito melhor pagar o pedágio e ter rodovias mais seguras. Pagamos tarifas, mas contamos com estradas seguras, com áreas de descanso para os motoristas, por exemplo. Aqui, os postos ainda cobram estadia para dormirmos em nossos veículos. É absurdo”, critica.

PERIGOS NA BR-232

A BR-232 é a segunda rodovia federal mais perigosa de Pernambuco em relação ao número de sinistros, ficando atrás apenas da BR-101, que pela sua dimensão nacional, recebe um volume muito maior de veículos. Mas lidera em fatalidades, o que evidencia a baixa segurança viária.

BR-232

2020
Sinistros: 686
Feridos: 723
Mortes: 83

2021
Sinistros: 723
Feridos: 821
Mortes: 98

2022
Sinistros: 828
Feridos: 925
Mortes: 96

2023
Sinistros: 847
Feridos: 1015
Mortes: 77

2024 (janeiro a abril)
Sinistros: 281
Feridos: 324
Mortes: 26

Thiago Lucas/ Design SJCC
Sinistros de trânsito - Thiago Lucas/ Design SJCC

BR-101

2020
Sinistros: 1.022
Feridos: 992
Mortes: 71

2021
Sinistros: 1007
Feridos: 1036
Mortes: 66

2022
Sinistros: 954
Feridos: 1019
Mortes: 64

2023
Sinistros: 1161
Feridos: 1335
Mortes: 60

2024 (janeiro a abril)
Sinistros: 379
Feridos: 442
Mortes: 15

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O JC constatou que, pelo menos por enquanto, o governo de Pernambuco conseguiu rearrumar a BR e deixá-la menos perigosa, embora ainda existam trechos com pavimento esburacado e vegetação alta - Guga Matos/JC Imagem

Ranking das rodovias federais por sinistros e mortes em PE em 2023:

1 - BR-101: 348 sinistros e 60 mortos

2 - BR-232: 318 sinistros e 77 mortos

3 - BR-423: 71 sinistros e 23 mortos

4 - BR-316: 66 sinistros e 33 mortos

5 - BR-104: 54 sinistros e 23 mortos

Trechos críticos por sinistros graves na BR-232 em 2023

1 - 0 a 10 km (Entre Recife e Jaboatão): 45 sinistros e 6 mortos

2 - 50 a 60 km(Entre Vitória e Pombos): 19 sinistros e 6 mortos

3 - 10 a 20 km(Jaboatão): 18 sinistros e 2 mortos

4 - 80 a 90 km(Gravatá): 14 sinistros e 5 mortos

5 - 410 a 420 km(Serra Talhada): 14 sinistros e 2 mortos

Fonte: PRF

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