A vulnerabilidade da profissão de motorista de ônibus e a ausência de segurança no transporte público do País fez uma nova vítima. Um passageiro ainda não identificado atirou na cabeça de um motorista de ônibus de apenas 26 anos porque o mesmo se recusou a realizar o desembarque fora do ponto de parada regular.
O crime aconteceu na noite deste domingo (7/7), na Zona Leste de São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) paulista, o motorista chegou a ser socorrido ao Hospital Santa Marcelina, na mesma região, mas morreu na unidade de saúde.
O caso aconteceu na Rua Visconde de Aljezur, no bairro Vila Jurema, no ônibus da linha 2007/10 Cid. Kemel II - CPTM Itaim Paulista, da operadora de transporte público Transunião.
Após serem acionados por passageiros, policiais militares encontraram o ônibus colidido contra uma casa e o motorista gravemente ferido dentro dele. O passageiro que realizou o disparo fugiu e ainda não foi identificado.
"Segundo uma passageira, o autor teria solicitado ao motorista que parasse fora do ponto e, ao ter a solicitação negada, baleou a vítima na cabeça, fugindo na sequência", disse a SSP. O caso foi registrado como homicídio e colisão no 50º DP (Itaim Paulista), que está investigando o crime.
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VIOLÊNCIA CONTRA MOTORISTAS DE ÔNIBUS
A violência contra motoristas de ônibus tem aumentado muito no Grande Recife. Ainda não houve um caso de morte como o registrado em São Paulo, mas as agressões físicas estão cada vez mais comuns.
Somente este ano, foram pelo menos três casos registrados nos ônibus da Região Metropolitana do Recife. O mais recente aconteceu em maio, quando um motorista foi agredido covardemente por um passageiro que também se irritou porque perdeu o desembarque, na Zona Sul da capital pernambucana.
As agressões são assustadoras e deixam evidente como o transporte público brasileiro está desmoralizado. Refletem uma pressão forte - e quase insuportável - sobre todos que fazem e vivem o sistema de transporte coletivo diariamente.
De 2023 para cá, pelo menos 15 casos de agressões a motoristas tinham sido registrados no transporte do Grande Recife, segundo o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco.