É costume a gente escutar que o brasileiro tem memória curta, o que - convenhamos - é uma grande bobagem. Não há nenhum estudo científico comprovando essa lorota, mas pode ser verdade que o brasileiro quase sempre vota mal. Vota mal, não fiscaliza os gestores públicos e em muitos casos nem se recorda em quem votou.
Digo isso para ajudar você a puxar pela memória e tirar um dúvida. O atual prefeito prometeu melhorar a qualidade do ensino básico na sua cidade? Você acredita que é possível que as condições educacionais, de aprendizado e de funcionamento das escolas melhorem sem que os professores recebam um salário digno? Pois é aí que eu quero encarar minha canoa para um diálogo com você.
Faz uma semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou portaria definindo que o novo piso salarial dos professores da educação básica na rede pública, será de R$ 3.845,63.
Sem entrar no mérito dos motivos que levaram o presidente a dar mais de 33% de reajuste quando a inflação no período foi de mais de 10%, quero analisar a nota divulgada pela associação que reúne os municípios de todo o País.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) se apressou em divulgar uma nota afirmando que o reajuste “não tem base legal" e que o ato do presidente concedendo aumento acima da inflação “reforça a falta de planejamento e comunicação dentro do próprio governo, bem como demonstra que a União não respeita a gestão pública no país e que coloca as prefeituras em uma difícil situação fiscal”. A CNM chegou a pregar a desobediência e que os prefeitos não pagassem o reajuste até que uma ação no Poder Judiciário seja analisada.
Voltando às interrogações de antes. Percebe que na hora de fazer campanhas eleitorais, os candidatos prometem mundos e fundos e até uma escola bem aparelhada, mas na hora de pagar um salário digno aos educadores a coisa muda de figura?
É hora de fazer memória para ver se você se recorda se o prefeito da sua cidade prometeu ou não melhorar a qualidade do ensino e se agora ele vai pagar o novo piso salarial ou se vai aguardar a ação judicial.
Pense nisso!