A pandemia da covid-19 deixou muita gente em casa, sem poder sair para o trabalho; fortaleceu vínculos familiares; ajudou a dar uma sacudida no comércio local e pela internet, mas conseguiu como nunca, arrefecer ações dos movimentos sociais. Houve menos invasões de terras e de prédios públicos, mas também menos cobrança, menos pressão, principalmente sobre o Congresso Nacional, que vem trabalhando com boa parte dos parlamentares distantes de Brasília.
Em meio a essa paralisia, chama a atenção a organização de um protesto marcado para a próxima quarta-feira (10), contra o que os organizadores estão chamando de “pacote da destruição”.
Os interesses são os mais difusos, mas os artistas que organizam os protestos da próxima semana, como o cantor e compositor Caetano Veloso, assinaram um manifesto contra projetos de lei que estão no Senado Federal, tratando do licenciamento ambiental, da liberação de agrotóxicos e da permissão para exploração mineral das terras indígenas.
“Exigimos que os projetos de lei que afetam negativamente o ambiente, o clima e os direitos humanos não sejam aprovados. Os parlamentares, e em especial o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devem garantir que nenhuma proposta seja colocada em votação até que esteja alinhada com o que diz a ciência, com as demandas e necessidades das populações tradicionais e do campo e à luz da emergência climática que vivemos”.
Ainda com números elevados de infeção e mortes, o país mostrou que quando precisa pular o Carnaval, não tem proibição que impeça. Da mesma forma, os artistas que se organizam nesse objetivo - que é de mostrar os males dessas leis - também deveriam olhar para outras mazelas da sociedade como, por exemplo, a precariedade das escolas públicas em todos o país.
Poucos foram os governantes que adaptaram rapidamente as instituições escolares para a convivência com a pandemia e agora é menor ainda o número daqueles que deixaram os estabelecimentos escolares prontos para receber os estudantes.
Pense nisso!