Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Ao ignorar protestos do lado de fora do Congresso, deputados viraram as costas para os movimentos sociais do campo e da cidade

Grupo de artistas fez um protesto contra projetos de lei que são apontados como nocivos ao meio ambiente e aos povos indígenas

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Romoaldo de Souza

Publicado em 10/03/2022 às 8:57 | Atualizado em 14/03/2022 às 17:19
Caetano Veloso esteve à frente de protesto realizado em frente ao Congresso - Reprodução/Instagram @midianinja

Enquanto do lado de fora do Congresso Nacional um grupo de artistas fazia um protesto contra projetos de lei que são apontados como nocivos ao meio ambiente e aos povos indígenas, na Câmara dos Deputados, a maioria aprovou regime de urgência para o projeto que autoriza estudos, pesquisas e instalação de garimpos em áreas indígenas.

Em defesa dessa pressa em analisar o projeto, está o líder do governo. O deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse que a mineração em terras indígenas já é uma realidade e que o projeto vem apenas regulamentar e fiscalizar. “Está muito claro que o Congresso foi encarregado pela Constituição de regulamentar a exploração em terras indígenas, estamos cumprindo, com anos de atraso, a Constituição. Vemos as cenas horrorosas, as imagens dos rios da Amazônia que já são explorados pelos garimpeiros ilegais. Sem licença, não há fiscalização nem obrigação de reconstituição ambiental”, afirmou.

Em cima de um carro de som, na Esplanada dos Ministérios, o cantor Caetano Veloso leu um manifesto contra as medidas, dizendo que "O país vive hoje, sua maior encruzilhada ambiental desde a democratização. O desmatamento na Amazônia saiu do controle. As proteções sociais e ambientais construídas nos últimos 40 anos vêm sendo solapadas. A nossa credibilidade internacional está arrasada. O prejuízo é de todos nós. Uma serie de projetos de lei, ora em pauta neste Congresso Nacional".
Dos 25 deputados de Pernambuco, sete deles votaram a favor da urgência no projeto: André Ferreira (PSC), Eduardo da Fonte (PP), Felipe Carreras (PSB), Fernando Coelho (União), Fernando Monteiro (PP), Ossesio Silva (Republicanos) e Pastor Eurico (Patriota).

Votaram contra a urgência, Carlos Veras (PT), Daniel Coelho (Cidadania), Danilo Cabral (PSB), Fernando Rodolfo (PL), Gonzaga Patriota (PSB), Marília Arraes (PT), Milton Coelho (PSB), Raul Henry (MDB), Renildo Calheiros (PCdoB), Ricardo Teobaldo (Podemos) Silvio Costa Filho (Republicano), Tadeu Alencar (PSB), Tulio Gadelha (PDT) e Wolney Queiroz (PDT).

Os deputados André de Paula (PSC), Augusto Coutinho (Solidariedade), Luciano Bivar (União Brasil) e Sebastião Oliveira (Avante) não compareceram para votar.

Ao ignorar os protestos do lado de fora do Congresso, os deputados viraram as costas para os movimentos sociais do campo e da cidade.

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