O que faz um pastor evangélico com uma arma na sacola, em um dos mais movimentados aeroportos do País? Aparentemente, a Polícia Federal somente concede porte de arma a quem, no mínimo, sabe tirar o pente, o carregador. Mas, pelo visto, o ex-ministro da Educação pastor Milton Ribeiro não tem traquejo para ter o porte de arma.
Claro, estou levando em conta a barbeiragem do pastor. Milton Ribeiro foi tirar o carregador para entregar a arma à companhia aérea, se atrapalhou todo, e em vez de fazer o procedimento padrão, acabou apertando o gatilho. A arma disparou e uma funcionária de uma companhia aérea feriu-se levemente. Já pensou? Justo na hora em que o aeroporto Juscelino Kubitschek estava lotado. Por pouco, não ocorreu uma tragédia.
Mas a pergunta que não quer calar é: para que um pastor presbiteriano anda com uma arma na sacola? A função de um chefe de uma igreja não é pregar a paz? Não é pregar a palavra? Então, por que o pastor estava com uma arma? E mais, em que circunstâncias essa arma foi entregue a Milton Ribeiro? Eu custo a crer que a Polícia Federal tenha facilitado para que fosse concedido ao ex-ministro o porte de arma de fogo.
De novo, em situação extrema, se o cidadão tem treinamento suficiente e motivos justificáveis, tudo bem, mas sem um fundamentado critério, parece temerário entregar uma arma de fogo a quem se atrapalha num processo tão banal como o de retirar o pente da arma.
Pense nisso!