Nem sei se você vai se recordar, mas em um passado não muito distante, eram comuns as justificativas de que um determinado candidato tinha no bolso dezenas de títulos eleitorais de pessoas já mortas há bastante tempo.
Os defuntos, na condição de eleitores, eram o fiel da balança, até que veio a urna eletrônica e agora o registro do voto por meio da biometria para afastar essas fraudes rasteiras que, felizmente, ficaram na memória de quem estuda o processo eleitoral brasileiro. Hoje é mais difícil um morto votar.
Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra, agora, um cenário tão vergonhoso como eram os votos de eleitores mortos. O auxílio emergencial pagou benefícios a mais de 130 mil pessoas mortas, causando um prejuízo ao dinheiro do cidadão contribuinte de R$ 336 milhões.
Mas essa não foi a única fraude no auxílio criado para beneficiar pessoas carentes, em meio à pandemia da covid-19. Há casos de pessoas que tinham renda familiar bem acima do que era o critério necessário para ter direito ao pagamento do benefício, trabalhadores com carteira assinada, integrantes das Forças Armadas entre outras falcatruas que receberam, ilegalmente, o benefício.
O levantamento feito pelo próprio governo federal indicava que os critérios mínimos de confiança de que, de fato, o auxílio emergencial estava sendo pago a quem mais tinha necessidade não foi rigoroso. Resultado, o Brasil mostra que não é somente na política, nos altos escalões dos governos que ocorrem registros de corrupção. Quem recebe indevidamente um benefício social, também é corrupto.
Pense nisso!