Talvez esteja faltando um foco. Um objetivo a ser perseguido pelo comitê de campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Uma hora o alvo são as urnas eletrônicas.
Outra, os institutos de pesquisa. O da vez é o Supremo Tribunal Federal. Seria mais sensato se o pessoal da campanha escolhesse um motivo com que se preocupar.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), pregou o aumento no número de ministros do Supremo, como “reação ao ativismo político do Judiciário.”
Hoje, o STF é integrado por 11 ministros. O presidente quer aumentar para 16. “Não vejo outro motivo para estarmos falando desse tema. É preciso ‘enquadrar’ o Judiciário”, defendeu o líder governista.
Tão logo ocorreu a abertura das urnas, no primeiro turno, bolsonaristas partiram para o ataque na tentativa de emparedar os institutos de pesquisa. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi um dos primeiros a soltar um brado.
“Eu creio que o mais efetivo será a votação de um projeto de lei e, se essas alterações acontecerem, eu penso que as pessoas vão olhar com um pouco mais de seriedade, porque hoje a pesquisa perdeu credibilidade. Não se pode usar a mesma metodologia e ter resultados tão díspares”, disse.
Temporariamente, o presidente não tem falado contra a segurança das urnas. O mais provável seja porque o Ministério da Defesa destacou graúdos militares para analisar o processo de votação. Até aqui o relatório não foi divulgado, mesmo com a cobrança do Tribunal de Contas da União (TCU).
Pode imaginar que se houvesse alguma inconsistência na votação, os militares já teriam entregue o relatório ao presidente. O silêncio pode ser um atestado de bons antecedentes das urnas.
Pense nisso!