Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Planalto faz acordo com evangélicos e fragiliza protocolo contra violência

Ministra da Cultura é quem vai cantar o Hino Nacional no 8 de janeiro

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Romoaldo de Souza

Publicado em 04/01/2024 às 20:05
Margareth Menezes de lançamento de editais do Ministério da Cultura na Concha Acústica da UFPE
Margareth Menezes de lançamento de editais do Ministério da Cultura na Concha Acústica da UFPE - MARCOS PASTICH/PCR

NÃO É NÃO?
Não é! Contra a vontade do Ministério dos Direitos Humanos, o presidente Lula da Silva (PT) vetou um trecho de um projeto que tinha tudo para ser o mais abrangente possível no enfrentamento à violência e ao assédio sexual contra mulheres.

De iniciativa da deputada Maria do Rosário (PT-RS) o protocolo foi aprovado pelo Congresso Nacional depois de um acordo com a bancada evangélica que conseguiu colocar um “jabuti”, excluindo “locais de natureza religiosa” das regras.

O ‘JABUTI’ DOS EVANGÉLICOS
Chamado a intermediar um acordo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negociou com a bancada de representantes das igrejas e assegurou a manutenção do jabuti: “não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa”.

Lula aceitou o acordo, os evangélicos saíram entoando louvores ao protocolo e, reservadamente, alegam que não seria prudente o Estado interferir nas ações religiosos, dentro dos templos.

‘UM TELEFONE É MUITO POUCO…’
“Um telefone é muito pouco
Pra quem ama como louco
E mora no Plano Piloto…”

O poeta baiano Renato Matos, radicado em Brasília desde os anos 70 quando veio sentar praça no Exército, compôs esses versos, depois que teve de mudar para a cidade [Satélite] do Gama, distante 30km do centro de Brasília, anteriormente conhecido como Plano Piloto. “Primeiro porque eu sempre estava liso e depois por falta das condições que hoje as redes sociais oferecem”, me disse certa vez.

Os telefonemas disparados pelos assessores do presidente Lula, convidando governadores e líderes partidários, não têm reverberado como o Planalto esperava. “O quórum deve ser baixo”, antecipa uma influente autoridade do governo numa referência aos festejos do primeiro aniversário do badernaço de 8 de janeiro.

COM MARGARETH NÃO TEM ERRO
Depois dos últimos atropelos de “celebridades” que se perderam no meio da Hino Nacional, o Planalto chamar quem não tem a menor chance de errar.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, é cantora tarimbada, já fez esse papel em outras ocasiões, e chega no Congresso Nacional, na segunda-feira, 8, afiada e afinada para cantar o que se ouviu às margens do riacho Ipiranga.

PENSE NISSO!
A pergunta que fiz e ouvi durante todo o dia de ontem foi por que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes resolveu revelar parte do inquérito que ele comanda, que mantém sob sigilo ameaças feitas a ele.

Às vésperas do primeiro aniversário dos atos de 8 de janeiro, que culminaram com um quebra-quebra na praça dos Três Poderes - Congresso, Planalto e STF - “de tão graves que foram” que não podem ser esquecidos, na avaliação do próprio Moraes.

Então, seria de bom tom que já que sua Excelência resolveu contar tudo - ou quase tudo - que concedesse uma entrevista coletiva porque muita pergunta não foi feita a Alexandre de Moraes. Muita!

Pense nisso!

 

 

 

 

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