Familiares de médico suspeito de estupros já prestaram depoimento

Publicado em 02/03/2018 às 11:00
Foto: Delegacia da Mulher investiga médico ortopedista por estupros na UPA da Imbiribeira


Delegacia da Mulher investiga médico ortopedista por estupros na UPA da Imbiribeira A Polícia Civil já ouviu parte dos familiares do médico de 35 nos suspeito de estupros na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira. Os parentes, entre eles a esposa do ortopedista, se mostram perplexos com o caso. Aos investigadores, eles afirmaram desconhecer qualquer indício de que o suspeito estaria praticando abusos contra mulheres. Muito menos contra pacientes durante os atendimentos. Até agora, o médico ainda não se apresentou à polícia para prestar depoimento. O número de mulheres que procuraram a delegacia para denunciar supostos abusos também não é confirmado desde a última segunda-feira. No entanto, com base em contagem feita pela imprensa, o número pode ser superior a oito. Sabe-se também que muitas mulheres também entraram em contato com a Delegacia da Mulher e com a ouvidoria da Secretaria Estadual da Mulher, mas, em alguns casos, a queixa não foi oficializada. Policiais também estão indo nas casas de supostas vítimas, familiares do ortopedista e funcionários da UPA para incentivá-los a prestar depoimento sobre o caso - como revelou o Ronda JC nesta semana. O exame sexológico da mulher de 18 anos que foi a primeira a prestar queixa contra o médico também está sendo aguardado pela Polícia Civil. O resultado vai servir como uma das provas do inquérito que pode indiciar o médico por estupro. Na segunda-feira (26), o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle, pediu que o suspeito se apresentasse e fornecesse material genético para confirmar se ele foi ou não o autor do abuso. A Polícia Civil de Pernambuco ainda não autorizou a divulgação do nome e foto do médico, já que ele ainda é tratado apenas como suspeito. PROCESSOS POR ERROS MÉDICOS O Ronda JC revelou na terça-feira (27) que o suspeito também responde a processos na Justiça por supostos erros médicos. Um dos casos ocorreu em 2016. Um policial militar afirma que um procedimento no punho direito dele foi realizado de maneira incorreta. Foi necessária uma segunda cirurgia - feita por outro profissional - para consertar o erro. O policial militar precisou passar pelo procedimento porque sofreu um acidente de bicicleta ao cair em um buraco na Avenida Norte, no Recife. Ele quebrou o punho direito e, após 15 dias de espera, passou pela cirurgia. "No entanto, houve um erro grotesco por parte do médico. O punho do PM ficou em um ângulo de 45 graus. Ele ficou sentindo fortes dores, até que passou por uma nova cirurgia. Mesmo assim, ficou sem os movimentos do braço", afirmou o advogado do policial, Carlos Eduardo Mota. O processo tramita na 4ª Vara Cível da Capital. Segundo o advogado, o caso está na fase de perícias que devem confirmar se realmente houve erro médico no primeiro procedimento. Outro processo que tem o médico como réu também tramita na 31ª Vara Cível da Capital. A assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco afirmou que esse segundo processo foi concluído em primeiro grau e que o recurso ainda está sendo julgado. A assessoria não informou detalhes do caso. PERFIL DO MÉDICO O homem suspeito de estupro na UPA da Imbiribeira é médico há nove anos. Ele se formou pela Universidade do Rio Grande do Norte e especializou-se na área de ortopedia e traumatologia, com ênfase em cirurgias. Além da UPA, ele também trabalha em clínicas particulares. O nome do profissional está sendo mantido em sigilo pela Polícia Civil até que as investigações sejam concluídas e seja comprovado se ele praticou ou não os abusos sexuais. O médico foi afastado das funções, por determinação da direção da UPA da Imbiribeira. O Conselho Regional de Medicina (Cremepe) também confirmou que abriu sindicância para investigar a conduta do profissional, que pode perder o direito de exercer a profissão. ACOMPANHE A COBERTURA SOBRE O CASO Médico suspeito de estupros em UPA responde a processos por erros em cirurgias Suspeito de estupros em UPA é médico ortopedista há nove anos Dez cidades concentram mais da metade dos estupros em Pernambuco Delegacias da Mulher fechadas nos horários em que elas mais precisam
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