Adolescentes de classe média alta foram encontradas mortas em 2003. Ninguém foi condenado pelos crimes. Foto: Arquivo Pessoal
Cercado por questionamentos da polícia, Justiça e da sociedade, o Caso Serrambi foi enterrado sem punição aos culpados pelo assassinato das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão. O
Ronda JC publicou em primeira mão que
o processo transitou em julgado e não cabe mais recurso, ou seja, os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira, 49, e Valfrido Lira da Silva, 50, absolvidos em júri popular, foram definitivamente inocentados.
Relembre, a seguir, os detalhes do caso:
03 DE MAIO DE 2003
As adolescentes saem de Serrambi, onde estavam hospedadas na casa de um amigo, para um passeio de lancha até Maracaípe. Os amigos que estavam na embarcação voltam e elas ficam na praia.
13 DE MAIO DE 2003
Após dez dias do desaparecimento, o pai de Tarsila, José Vieira, encontra os corpos das adolescentes num canavial em Camela, distrito de Ipojuca.
18 DE MAIO DE 2003
O Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil prende os irmãos Marcelo e Valfrido Lira.
16 DE JUNHO DE 2003
Os irmãos kombeiros são indiciados pelo crime.
20 DE JUNHO DE 2003
O então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, devolve o inquérito à polícia e alega que alguns pontos não haviam sido esclarecidos.
18 DE JULHO de 2003
A Polícia Civil entrega o inquérito com as novas diligências. Três dias depois, os kombeiros são liberados porque expira o prazo de prisão temporária.
19 DE AGOSTO DE 2003
A polícia descarta a possibilidade de corrupção de menores e uso de drogas na casa de praia onde as vítimas estavam.
13 DE DEZEMBRO DE 2004
A pedido do Ministério Público e da SDS, a Polícia Federal assume as investigações do duplo homicídio.
16 DE JUNHO DE 2005
A Polícia Federal conclui o inquérito e chega ao mesmo resultado da Civil. Os irmãos kombeiros são indiciados.
DEZEMBRO DE 2006
Após o promotor pedir novas diligências, a Polícia Federal conclui o caso novamente.
17 DE JANEIRO DE 2007
Miguel Sales devolve o inquérito mais uma vez. O caso volta para a Polícia Civil e dois novos delegados assumem as investigações.
02 DE JANEIRO DE 2008
A Procuradoria-Geral de Justiça designa dois promotores para analisarem o inquérito. Duas semanas depois, o MPPE oferece denúncia contra os kombeiros.
17 DE JANEIRO DE 2008
A polícia prende Marcelo. Valfrido foge, mas se entrega no outro dia. O promotor Miguel Sales é afastado do caso.
22 DE JANEIRO DE 2010
A Justiça marca a data do júri popular dos kombeiros.
04 DE SETEMBRO DE 2010
Após cinco dias de júri, os jurados decidem, por quatro votos a três, que os kombeiros são inocentes.
10 DE MARÇO DE 2015
A 1ª Câmara Criminal do TJPE nega recurso especial que pede a anulação do júri. Caso segue para o STJ.
10 DE AGOSTO DE 2018
O ministro do STJ, Reynaldo Soares da Fonseca, monocraticamente, nega o recurso especial que pede a anulação do júri
10 DE SETEMBRO DE 2018
A Quinta Turma do STJ, de forma colegiada, também nega o agravo instrumental