A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou, nesta segunda-feira (11), que está acompanhando as investigações relacionadas ao sumiço de dezenas de armas que estavam sob a responsabilidade da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Polícia Civil de Pernambuco. O inquérito também apura se servidores públicos estão envolvidos no extravio do armamento.
A Polícia Civil mantém mistério sobre quantas armas foram levadas. Mas, fontes ouvidas nesta segunda-feira pela coluna Ronda JC, confirmaram que dezenas de armas - de vários calibres - não foram encontradas durante uma auditoria interna, que teve início em outubro do ano passado. No entanto, não se tratam de 280 (número especulado por um advogado trabalhista que denunciou o extravio pelas redes sociais).
Em nota enviada à coluna, a assessoria da SDS afirmou que "desde que foi informada do fato foi instaurado um inquérito policial comum com designação de dois delegados. Simultaneamente à tramitação deste procedimento, a Corregedoria Geral da SDS, por meio de investigação preliminar, acompanha o resultado do inquérito e verifica se há participação de servidores públicos no extravio das armas para uma futura responsabilização administrativa disciplinar, caso se comprove tal envolvimento".
A coluna insistiu em saber, tanto com a Polícia Civil quanto com a SDS, a data em que foi descoberto o extravio das armas. No entanto, nenhuma informação foi dada sobre isso - apesar disso não atrapalhar as investigações. Delegados que têm conhecimento da investigação também foram procurados pela coluna, mas disseram estar proibidos de passar qualquer informação sobre o "misterioso sumiço".
Mesmo diante do sumiço de dezenas de armas - o que pode acarretar no aumento da violência no Estado - o episódio está sendo tratado com muito sigilo. Até mesmo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que tem como uma das atribuições o controle externo da atividade policial, não foi comunicado sobre o caso.
"Até o momento, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) não foi notificado. A instituição receberá o inquérito policial somente após a conclusão pela Polícia Civil de Pernambuco", informou, em nota, a assessoria de imprensa do MPPE.