Coronavírus: mais de 300 gestantes já foram hospitalizadas com sintomas de covid-19 em Pernambuco

Dado é do boletim do Ministério da Saúde, divulgado esta semana
Cinthya Leite
Publicado em 10/07/2020 às 0:11
Até o momento, foram convidadas mais de 100 participantes, e a meta é incluir cerca de 300 gestantes e puérperas Foto: IGO BIONE/DIVULGAÇÃO


Pernambuco ultrapassou a marca de 68 mil casos do novo coronavírus, número que o coloca como a 8ª unidade federada mais afetada pela doença, considerando número absoluto de pessoas já infectadas. Mas, entre as mulheres grávidas, o Estado é o segundo (atrás só de São Paulo) que concentra este ano o maior número de hospitalizações nesse grupo por síndrome respiratória aguda grave – condição conhecida pela sigla srag, que pode ser causada por agentes infecciosos como o novo coronavírus.

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Até o último dia 4, segundo o Ministério da Saúde (MS), Pernambuco totalizava 313 gestantes que precisaram ser internadas por um quadro de srag, o que é considerado como suspeita de caso grave de covid-19. Entre elas, 105 tiveram a infecção pelo novo coronavírus confirmada, mas a Secretaria Estadual de Saúde ainda contabiliza um dado mais atualizado, apresentado, na quinta-feira (9), pelo secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, em coletiva de imprensa transmitida pela internet.

“Já tivemos o diagnóstico positivo para covid-19 de 132 gestantes. Desde o início da pandemia, consideramos as mulheres grávidas como um grupo de risco para a doença, mesmo quando os dados da literatura científica não eram enfáticos sobre isso”, afirmou. O boletim do ministério também aponta que este ano foram registradas dez mortes de gestantes que srag. Seis delas tiveram confirmação laboratorial para covid-19. Em outros três casos, não foi possível identificar o que causou o quadro de srag. Além disso, um óbito permanece em investigação.

Quando assumiu o comando da pasta, em janeiro de 2019 (um ano antes da epidemia do novo coronavírus), Longo sinalizou preocupação com a qualidade da assistência materno-infantil e garantiu que seria uma das prioridades em sua gestão. Foram criados, sem nem se imaginar o cenário pandêmico vivido hoje, planos de ação para as grávidas, como a ampliação de boas práticas de pré-natal e parto, além da reestruturação da rede para evitar a superlotação das maternidades.

Com o cenário da covid-19, metas foram readequadas, inclusive com criação de protocolos voltados a medidas capazes de ajudar a reduzir a transmissão do novo coronavírus durante a assistência à mulher no pré-natal, parto e após dar à luz o bebê. “Dedicamos, inclusive, um conjunto de leitos de enfermaria obstétrica exclusivos para gestantes com sintomas de covid-19, tornando unidades como referência nesse atendimento: o Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, no Recife), o Hospital Regional de Salgueiro e o Dom Malan, em Petrolina (ambos no Sertão do Estado). Atualmente nós temos esses leitos com uma taxa de ocupação na casa dos 35%”, informou André Longo.

O secretário acrescentou que a epidemia levou o Estado a preparar a rede de hospitais regionais para atuar precocemente e preservar a saúde da mulher durante o período gestacional. “Trabalhamos para evitar consequências mais graves, a partir de uma atuação preventiva no pré-natal, ao lado também dos profissionais de saúde, a fim de ficarem em alerta no desenvolvimento das gestações durante a pandemia.”

Em todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde, dos 367.207 casos de srag hospitalizados, 4.167 foram entre gestantes. Nesse grupo, 1.647 tiveram confirmação de covid-19, 77 de influenza, 36 por outros vírus respiratórios, 9 por outros agentes, 1.403 por srag cuja causa não foi especificada e 995 se encontram em investigação.

Confira os casos da covid-19 em Pernambuco por município:

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