Nesta segunda-feira (14), dia em que anunciou o encerramento das atividades do seu sexto hospital de campanha, o Recife novamente não teve confirmação de novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. A informação está no boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Recife, divulgado na noite desta segunda-feira. A outra ocasião em que a capital pernambucana não confirmou mortes, no balanço diário, foi no dia 7 de setembro.
É importante ressaltar, no entanto, que outros óbitos pelo novo coronavírus possam ter ocorrido em dias anteriores, mas que ainda não foram confirmados no boletins porque as amostras dos testes ainda estão sendo processadas.
Ainda nesta segunda-feira (14), o Recife confirmou 106 novos casos da covid-19, nas últimas 24 horas, sendo 105 casos leves e um caso grave da doença. Assim, o município totaliza 32.689 casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus, sendo 23.718 leves e 8.971 graves. Desses últimos, 2.328 evoluíram para o óbito. Além disso, o boletim aponta um total de 30.034 pacientes já recuperados da doença.
Em processo de desativação desde o início deste mês, o Hospital Provisório Recife 3 (HPR3), localizado na Imbiribeira, Zona Sul do Recife, registrou a última alta de paciente após quatro meses de funcionamento. Nesta segunda-feira (14), a Prefeitura do Recife anunciou que começa a retirar os equipamentos médico-hospitalares do sexto dos sete hospitais de campanha construídos pela PCR a ser desativado. Em seguida, serão desmontadas as estruturas das paredes, teto e pisos.
“Hoje nós anunciamos o encerramento das atividades do sexto hospital de campanha feito no Recife. É o Hospital Provisório Recife 3, que fica na Imbiribeira. Neste final de semana, o último paciente que estava internado recebeu alta e foi para casa. Eu quero agradecer a todos que trabalharam nesse hospital, especialmente a todos os profissionais de saúde que fizeram atendimentos nesta unidade e salvaram muitas vidas. O dever de vocês foi cumprido. Hoje nós temos 77 pacientes internados nas UTIS da prefeitura, sendo 33 do Recife, o que é o menor número desde o início da pandemia. É muito importante que todos continuem a prevenção para que a doença permaneça controlada em nossa cidade”, afirmou o prefeito Geraldo Julio.
Com mais de 2,3 mil metros quadrados de área construída, onde se encontrava um galpão desativado de uma empresa, na Avenida Mascarenhas de Moraes, o HPR3 contava com 107 leitos, sendo 80 UTIs e 27 enfermarias. Pela unidade administrada pelo Instituto Humanize de Assistência e Responsabilidade Social (IHARS), passaram mais de 500 pacientes.
No último mês de agosto, a Prefeitura do Recife desativou o HPR2, nos Coelhos, que foi o maior hospital de campanha construído pela gestão municipal. No início de julho, já haviam sido desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas.
Assim como foi feito na desmobilização de leitos dos outros cinco hospitais de campanha, os equipamentos médico-hospitalares do HPR3 serão levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias, Zona Oeste da cidade. Parte dos materiais continuará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais.
A desativação dos hospitais de campanha foi possível graça à queda sustentada nos principais indicadores na pandemia, há quatro meses, o que também vem permitindo a reabertura segura e gradual de atividades econômicas e sociais. Na última sexta-feira (11), o Recife chegou aos seis meses de pandemia com redução de mais de 90% nos óbitos por covid-19, 70% nas internações da rede hospitalar e 50% nos atendimentos a pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19, na comparação dos dados de maio, no pico da pandemia, com o mês de agosto.
Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. Os sete hospitais de campanha municipais chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19.
Os sete hospitais municipais e os leitos de covid abertos em outras duas unidades de saúde propiciaram quase 17 mil atendimentos, mais de seis mil internações e mais 3,1 mil altas médicas.
Ao todo, já foram desativados 693 leitos municipais, restando 335 leitos em funcionamento, sendo 153 UTIs e 182 enfermarias. Neles, estão internados hoje 163 pacientes – 86 nas enfermarias e 77 deles nas UTIs (desses últimos, cerca de 60% deles são pacientes vindos de outras cidades). O número de pacientes internados também vem caindo, desde junho.
Após a desativação do HPR3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central do Recife.