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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
PANDEMIA

Surgimento de variantes da covid-19 impõe necessidade de manter cuidados mesmo após vacinação completa, alerta cientista

Até então, 39 países notificaram casos da variante Mu. Já a Delta está em 170 países, a Beta em 141 e a Gamma, em 91

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JC

Publicado em 02/09/2021 às 10:22 | Atualizado em 02/09/2021 às 10:29
De acordo com os testes realizados pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização, a Covaxin teve eficácia de 78% e deve ser administrada em duas doses - FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta nessa semana para o perigo da cepa Mu da covid-19, encontrada inicialmente na Colômbia. Até então, 39 países notificaram casos da variante. Já a Delta está em 170 países, a Beta, em 141, e a Gamma, em 91. O frequente surgimento de novas variantes fez com que o cientista Jones Albuquerque, do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), reforçasse a necessidade de, mesmos os imunizados contra a doença, manterem os cuidados preventivos.

"A delta é a [preocupação] imediata. Essas novas preocupam para frente. O grande problema é que nossa população vacinada acha que vestiu um escudo: não usa mais máscara, não se distancia, e não é assim que a vacina funciona. Ela tem um poder de efetividade. A margem que ela deixa aberta aumenta muito quando juntam as pessoas", disse o especialista em entrevista à Rádio Jornal, nesta quinta-feira (2).

Até então, 61,96% da população brasileira recebeu ao menos uma dose da proteção contra o novo coronavírus. Entretanto, apenas 29,79% dos habitantes do País estão imunizados - ou com segunda dose, ou com dose única. O medo da comunidade científica é de que o surgimento de novas cepas do vírus ponha em risco a eficácia garantida pelas vacinas.

"Aqui no Brasil as pessoas querem ser vacinadas, o que é um fator muito importante, mas a velocidade de vacinação parece ser mais lenta que a do vírus. Lembremos que as vacinas foram desenvolvidas para as variantes antigas. Servem para as novas, mas com imunidade reduzida. Ficamos muito preocupados com novas variantes porque elas podem vazar a proteção das vacinas uma hora, que é o que ninguém quer", disse Jones.

O pesquisador ainda teme que as taxas epidemiológicas voltem a crescer no país. "Há uma redução das pessoas que vão a óbito e a estado grave com vacinas, mas não é zero. O Brasil tem menos de 30% de totalmente vacinados, ainda é um número muito baixo para não usarmos máscara, ficarmos em ambientes fechados. Tudo isso sugere que, mesmo com números em queda, o que é excelente, sofreremos sim uma nova retomada de infecção", alertou.

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