Boletim da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) mostra que o coeficiente de incidência de casos prováveis de dengue, em Pernambuco, encontra-se acima do limite de casos esperados para o período. Neste ano, até 20 de setembro, já são 44.022 registros de pessoas que adoeceram com sintomas de dengue, em 183 municípios pernambucanos, o que representa um aumento de 42%, em comparação com o mesmo período de 2020.
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Ainda de acordo com o balanço da SES, até 20 de setembro, foram notificados 79 casos de dengue com sinais de alarme e 14 de dengue grave, o que corresponde a um aumento de 63,2%, em relação ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 43 casos de dengue com sinais de alarme e 14 da grave.
Em agosto deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) confirmou um óbito por dengue, de um homem de 76 anos, que morava no bairro de San Martin, Zona Oeste da cidade. Já na última semana, a cidade confirmou um óbito por chicungunha: de uma mulher de 90 anos, que morava no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste da capital pernambucana. Além dessas mortes confirmadas, a capital pernambucana ainda investiga outros quatro óbitos de pessoas que morreram com quadro sugestivo de infecção causada por vírus transmitido pelo Aedes aegypti.
Os principais sintomas da dengue são:
- Febre alta a partir de 38.5ºC
- Dores musculares intensas
- Dor ao movimentar os olhos
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas no corpo
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso, pode levar até a morte.
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos, também apresenta manchas vermelhas na pele. Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la.
Forma grave de dengue
A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.
São sinais de alarme da dengue os seguintes sintomas:
- Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdome
- Vômitos persistentes
- Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico)
- Sangramento de mucosa ou outra hemorragia
- Aumento progressivo do hematócrito
- Queda abrupta das plaquetas
Como é feito o tratamento da dengue?
Não existe tratamento específico para a dengue. Em caso de suspeita, é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico. A assistência em saúde é feita para aliviar os sintomas. Estão entre as formas de tratamento: fazer repouso; ingerir bastante líquido (água); não tomar medicamentos por conta própria; a hidratação pode ser por via oral (ingestação de líquidos pela boca) ou por via intravenosa (com uso de soro, por exemplo); o tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso.
Como prevenir a dengue?
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos.
Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
Municípios pernambucanos com alta incidência
Em relação a incidência dos casos prováveis de dengue, 105 municípios estão em situação de baixa incidência e 33 de média incidência.
Além deles, 36 estão em situação de alta incidência (300 casos a cada 100 mil habitantes): Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Chã de Alegria, Fernando de Noronha, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife e Vitória de
Santo Antão (1ª Regional de Saúde); Bom Jardim, Buenos Aires, Cumaru, Feira Nova, Lagoa do Carro, Limoeiro, Nazaré da Mata, Orobó, Paudalho, Tracunhaém e Vicência (2ª Regional de Saúde); Amaraji, Barreiros, Escada, Gameleira, Jaqueira, Primavera, Rio Formoso e Tamandaré (3ª Regional de Saúde); Gravatá (4ª Regional de Saúde), Afogados da Ingazeira e Ingazeira (10ª Regional de Saúde); Goiana e São Vicente Ferrér (12ª Regional de Saúde).