A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou, na quarta-feira (20), que está trabalhando com o principal órgão de saúde pública dos Estados Unidos para desenvolver um teste diagnóstico que detecte a covid-19 e a gripe ao mesmo tempo, o que otimizaria o monitoramento dessas doenças.
"Junto com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em Atlanta, a Opas está trabalhando para implementar um novo protocolo de teste de PCR para detectar simultaneamente covid-19 e gripe a partir da mesma amostra", anunciou, aos jornalistas, a diretora da Opas, Carissa Etienne.
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A reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica laboratorial que permite identificar material genético de patógenos, incluindo vírus, a partir de uma pequena amostra de fluido nasal ou oral.
Etienne disse que, ao integrar a detecção da covid-19 à vigilância de outros vírus respiratórios, como a influenza que causa a gripe, as nações podem monitorar doenças "de forma mais eficiente e sustentável".
"À medida que os países buscam se tornar mais autossuficientes em sua resposta a uma pandemia, esta nova estratégia integrada de testes os ajudará a manter seus esforços de monitoramento", afirmou.
Etienne pediu que as pessoas se vacinem contra a gripe ao mesmo tempo que contra a covid-19, lembrando que o vírus da gripe se espalha facilmente e pode causar a morte de pessoas mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com doenças crônicas.
Em todo o mundo, estima-se que as epidemias anuais de gripe causem entre três e cinco milhões de casos graves e entre 290 mil e 650 mil mortes, de acordo com a Opas.
A entidade também chamou atenção nesta quarta-feira para os surtos locais de covid-19, que cada vez mais marcam a tendência da epidemia nos países.
Etienne disse que, nas Américas, as infecções e mortes por coronavírus diminuíram em todas as regiões, exceto no Caribe, mas apontou aumentos de novas infecções na Bolívia e na Venezuela, mais hospitalizações no leste do Canadá e um crescimento nas mortes no México.
A situação mais grave na região está nos países caribenhos, como a República Dominicana e Barbados, que relataram aumentos de mais de 40% em novos casos na semana passada. Um número maior de contágios também foi registrado em Porto Rico, Trinidad e Tobago e Martinica.