Médico Roberto Kalil alerta que ômicron não "tem nada de boazinha" e pode deixar complicações cardíacas por até um ano

Síndrome pós-covid, com a variante ômicron, pode afetar parte neurológica dos acometidos, segundo o cardiologista
JC
Publicado em 17/02/2022 às 10:12
CONTRA DOENÇA Roberto Kalil Filho destacou o poder da vacinação Foto: CANAL DR. KALIL/DIVULGAÇÃO


A síndrome pós-covid pode acometer pacientes que tiveram a doença, de forma leve ou mais grave. De acordo com o médico cardiologista e diretor-geral do centro de cardiologia no Hospital Sírio-Libanês, Roberto Kalil Filho, após o diagnóstico de covid, há casos de complicações neurológicas e até episódios de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). 

"Não só na ômicron, mas a covid-19 em si é uma doença que se mostrou bastante grave. Existe uma chamada síndrome pós-covid, que acomete paciente com formas mais leves e até mais graves. Podem ter algum grau (da síndrome) desde a parte neurológica, podendo ficar muito esquecido, com problemas de cognição e concentração, indo até situações mais graves, como acidente vascular cerebral e infarto", afirmou o cardiologista em entrevista à esta colunista, na Rádio Jornal. 

De acordo com Kalil Filho, o paciente "tem por um ano complicações cardíacas, desde infarto até outro tipo".

Ele ressalta que é fundamental, independentemente da gravidade do caso quando diagnosticado com covid-19, manter o acompanhamento médico após a doença, ressaltando que a China, no começo da pandemia, viu 7% das mortes estarem relacionadas à miocardite. 

"O vírus agride diretamente o músculo. O coração é um músculo que bombeia sangue para o corpo inteiro. Pode ser uma caso bastante sério de incidência de acometimento do coração. Na covid é mais preocupante do que se pensava", alertou o médico. 

Manutenção dos cuidados

O cardiologista ainda relata que o 'Brasil pós-covid' conviverá com casos relacionados à síndrome após o acometimento da doença, devendo, de extrema importância, manter-se os cuidados adotados com o uso de máscara e vacinação. 

"Primeiro, a situação é preocupante. (A ômicron) pode não ser tão letal, porque muita gente está vacinado. O importante é que continua sendo uma catástrofe. Então todo o cuidado é pouco. Óbvio que morrer 4 mil pessoas é pior que mil por dia, mas isso continua sendo uma catástrofe. As pessoas tem de se vacinar, manter as medidas de proteção. A variante não tem nada de boazinha. Qualquer doença que leva à morte é grave, deve ser considerada muito grave. Estamos no meio de uma pandemia. Nada passou", reforçou Kalil Filho. 

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