Atualmente, segundo dados da Central Estadual de Regulação Hospitalar de Pernambuco, menos de 60% das 1.074 vagas públicas de terapia intensiva (UTI), voltadas a pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag), estão ocupadas no Estado. Ou seja, são 622 pacientes com quadro sugestivo de covid-19 que permanecem atualmente nesse tipo de leito. Com isso, a taxa de ocupação das UTIs da rede pública está em 58% - é o menor patamar deste ano.
É um indicador que continua em patamar elevado, mas o cenário atual revela que o Estado passou pelo pico da onda da variante ômicron, chegou ao platô e agora começa a apresentar sinais de queda dos números.
No dia 1º de fevereiro, com o auge da disseminação da ômicron em Pernambuco, a taxa de ocupação de UTI chegou a 90%. Naquela data, eram 1.006 leitos públicos desse tipo. Desde a 6ª semana epidemiológica de 2022, que compreende o período entre os dias 6 e 12 de fevereiro, o governo do Estado avalia que vivencia uma desaceleração da variante ômicron, com queda no registro de casos.
"Os indicadores evidenciam que já passamos pelo pior momento desta onda provocada pela variante ômicron. No entanto, reforço que esses dados, apesar de animadores, ainda não nos dão o direito de baixar a guarda. O vírus continua circulando", alertou o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.
Casos graves em queda
Em relação aos casos de síndrome respiratória aguda grave (srag), a última semana epidemiológica, encerrada no sábado (26), apresentou uma redução de 25%, em comparação com a semana anterior, e queda de 46%, em relação a 15 dias. Dessa maneira, o cenário fica no mesmo patamar do início de outubro de 2021.
Também foi observada melhora nos indicadores hospitalares. Na última semana, a Central Estadual de Regulação Hospitalar registrou 304 solicitações de leitos de terapia intensiva (UTI), o que representa uma queda de 50% e de 29%, em comparação com a semana anterior e com a retrasada, respectivamente.
Flexibilização
Sempre cauteloso ao falar sobre flexibilização das medidas restritivas contra a covid-19, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, reconhece que o Estado entrou num período de queda em curvas de casos e mortes em decorrência da doença. No entanto, ele deixa claro que os avanços no plano de convivência com o vírus, anunciados nesta terça-feira (1º), não dão passaporte para a população relaxar diante dos cuidados.
"As progressões não significam que a pandemia acabou. Se quisermos vencer o vírus, precisamos manter o cuidado e, principalmente, avançar na vacinação. É fundamental o compromisso de cada um. As vacinas, além de seguras, são nossas principais aliadas na proteção da vida", disse Longo, em comunicado sobre a adoção das novas medidas, que entram em vigor a partir desta quarta-feira (2).
Outro detalhe que preocupa o secretário é o fato de o Estado estar prestes a entrar, agora em março, na sazonalidade das doenças respiratórias, o que deve impactar no cenário epidemiológico. "Temos uma preocupação adicional com o início do nosso período de sazonalidade das doenças respiratórias, no começo de março, e a possível introdução e circulação da nova subvariante da ômicron, a BA2, que traz ainda mais incertezas", acredita Longo.
Com as dúvidas que permanecem sobre o comportamento dos vírus respiratórios, o governo do Estado opta por fazer flexibilizações graduais para, avaliar por etapas, a necessidade de avanço ou recuo. Com isso, a partir desta quarta-feira (2), fica autorizada a realização de eventos sociais com 1,5 mil pessoas ou 70% da capacidade em ambientes fechados, e de até 3 mil pessoas ou 70% da capacidade em locais abertos. A apresentação do passaporte vacinal e de teste negativo a partir de 500 pessoas segue obrigatória. As mudanças são válidas até o dia 15 deste mês.
No caso de eventos corporativos e presença de torcidas nos estádios, o limite é de até 3 mil pessoas ou 70% da capacidade. As competições esportivas em geral podem ocorrer com público de 1,5 mil pessoas em ambientes fechados e 3 mil em locais abertos, ou 70% da capacidade, o que for menor. As exigências de comprovação de vacina e teste negativo são as mesmas dos eventos sociais.
Já nos serviços de alimentação, a capacidade máxima é de 80%, e é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação. Os cinemas, teatros, circos e museus podem receber até 1,5 mil pessoas ou 70% da capacidade. Nesse caso, além do passaporte vacinal, a partir de 500 pessoas, os ingressos devem ser destinados apenas a quem apresentar teste negativo.