A Universidade de Pernambuco (UPE) inaugura um serviço de atendimento a pessoas adultas com síndrome de Down, condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos, ao invés de dois. A iniciativa faz parte do LongeviDown, um projeto de atendimento ambulatorial às pessoas com Down a partir dos 30 anos. O objetivo de oferecer melhor qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, que geralmente se inicia de forma precoce em quem apresenta essa alteração genética.
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O serviço é coordenado pela médica geriatra Clarice Câmara Correia e pela terapeuta ocupacional Noemi Salazar, ambas do Ambulatório de Geriatria do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), localizado no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. O agendamento já foi iniciado e pode ser feito pelo telefone: 81 3184-1318, das 7h às 11h e das 13h às 17h. As primeiras consultas serão realizadas ainda neste mês, em homenagem ao Dia Mundial da Síndrome de Down, lembrado em 21 de março.
O atendimento ambulatorial será realizado no Huoc por médico geriatra e acompanhado por estudantes da graduação, com aplicação da avaliação geriátrica ampla (uma espécie de teste clínico capaz de identificar sinais de demência, delirium, depressão, fragilidade, déficits visuais e auditivos, assim como perda do equilíbrio e capacidade funcional), rastreio e investigação diagnóstica das principais condições clínicas que acometem as pessoas com síndrome de Down. Também serão repassadas orientações necessárias para tratamentos de possíveis problemas de saúde, reabilitação ou encaminhamentos para outras especialidades médicas, se necessário.
"Felizmente aumentou bastante a expectativa de vida das pessoas com síndrome de Down. Em meados dos anos 1980, elas viviam até 25 anos, em média. Agora, com o avanço da ciência, como a evolução das cirurgias cardíacas, e a inclusão social, essa expectativa é de 60 anos", informa Clarice Câmara Correia.
A necessidade de um serviço para esse público vem do aumento da população adulta com Down, como mostram dados epidemiológicos dos Estados Unidos, onde mais da metade da população com a síndrome é adulta. "Como essas pessoas agora vivem mais, queremos oferecer qualidade de vida na longevidade. Por isso, desenvolvemos o projeto", diz Clarice.