A Prefeitura do Recife iniciou a desmobilização dos leitos de terapia intensiva (UTI) e enfermaria voltados para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19 no Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (HECPI), em Areias, Zona Oeste da cidade.
A prefeitura explica que a decisão de desativar os leitos é decorrente da queda dos indicadores da pandemia de covid-19, do aumento da cobertura vacinal no município e da redução na procura por atendimentos desse tipo.
Com a desativação, a partir desta segunda-feira (11), o Hospital do Idoso volta ao perfil de assistência de origem, com 72 leitos totalmente dedicados ao internamento não covid, a fim de reforçar o atendimento à população idosa da capital. A unidade de saúde também volta a disponibilizar procedimentos de média complexidade. O espaço conta com quatro salas de cirurgia e cinco leitos para recuperação pós-anestésica.
Mesmo durante o período em que os leitos do Hospital do Idoso do Recife foram dedicados exclusivamente para atendimento de pacientes com sintomas de covid, o ambulatório e o Serviço de Apoio e Diagnóstico da unidade seguiram com as atividades voltadas à população idosa.
O ambulatório tem capacidade para 8 mil consultas mensais e oferta de atendimento com geriatra, cardiologista, pneumologista, psiquiatra, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. O Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico tem capacidade para cerca de 30 mil exames por mês, com ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletroencefalograma, holter, MAPA, ecocardiograma e eletrocardiograma. Já o bloco cirúrgico, durante o pico de covid deste ano, estava funcionando apenas para pequenas cirurgias.
De janeiro deste ano, quando houve a epidemia de influenza H3N2 e repique dos casos de covid, o Hospital do Idoso atendeu mais de 300 pacientes, encaminhados de todo o Estado. Para isso, contou com uma estrutura de 72 leitos, entre terapia intensiva e enfermaria, além de ter ampliado o quadro de recursos humanos.
Covid-19 em queda no Recife
Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o Recife registra o maior período sem notificações de óbitos causados pela doença: foram dez dias consecutivos - no intervalo entre 11 e 20 de março. O último mês também foi o que teve mais dias sem ocorrência de mortes cujas causas foram a infecção pelo coronavírus, totalizando 20 dias alternados, até o momento. Estes números ainda podem sofrer alterações, tendo em vista a qualificação diária do banco de dados.
Outro indicador observado pela Secretaria de Saúde do Recife é a queda no total de casos confirmados de covid-19 e na porcentagem de positividade. Comparando a semana epidemiológica de número 13 (de 27 de março a 2 de abril) com a semana epidemiológica 4 (de 23 a 29 de janeiro, pico da doença na cidade), percebe-se uma redução de 93,74% na confirmação de novos casos. No primeiro momento, a cidade chegou a registrar 14.855 pessoas infectadas; no segundo, foram 930 registros.
Com relação à positividade, também houve redução. Na semana 4, o índice estava em 40,3%; na semana 13, passou para 15,1% - ou seja, um decréscimo de 62,5%.
O Samu Metropolitano do Recife também apresentou expressiva redução no número de envios de ambulância para atender pacientes com síndrome respiratória aguda grave. Em março de 2021, o serviço chegou a enviar 1.591 viaturas para prestar socorro a pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19. Já neste ano, foram mobilizados 216 veículos para essas ocorrências, o que demonstra uma redução de 86,4%.