Na visão do presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Walber Steffano, a crise sanitária decorrente da pandemia de covid-19 agravou problemas da saúde pública que já são de muitos anos, de responsabilidade de muitos e sucessivos governos.
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"Somado a isso, houve uma piora de capacidade estrutural imensa nos serviços. Vemos os corredores ocupados com pacientes, que também chegam a ficar em macas na entrada dos bancos localizados dentro dos hospitais. Há unidades, como o Hospital Otávio de Freitas (Zona Oeste do Recife), em que os pacientes chegaram a ficar em macas do lado de fora, de tão superlotada que estava a unidade", destaca Walber.
O depoimento do médico revela que o panorama é de uma demanda que cresce numa velocidade maior do que a capacidade dos governantes de reorganizarem os serviços num momento já fragilizado pela pandemia.
"Não podemos nos acostumar com essa situação. Temos levado a público todos esses problemas, tentamos diálogos com as autoridades, os diretores de hospitais e os gestores, além de denunciar aos órgãos competentes, como o Ministério Público de Pernambuco. Os governantes precisam fazer o que a população merece", frisa Walber.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) ainda informa que "tem atuado permanentemente para qualificar a assistência prestada à população nas unidades de saúde ligadas à rede estadual, mas reconhece a grande demanda nas emergências, provocada sobretudo pela demanda reprimida provocada pela pandemia da covid-19 e a falta de resolutividade nos serviços municipais". A SES reforça que os hospitais estaduais não recusam atendimento nem deixam de garantir "assistência a todos os pacientes".