A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) divulgou o resultado da primeira contraprova do caso suspeito de sarampo de bebê de 10 meses, residente no Recife. Inicialmente ele testou positivo para a doença, no dia 13 de maio, num exame de sorologia. Mas, segundo a SES, o resultado da primeira contraprova (exame IgG) foi negativo.
"Agora, a Secretaria Estadual de Saúde aguarda, segundo recomendação do Ministério da Saúde, o resultado da análise da amostra pelo laboratório de referência nacional", diz. Com isso, ainda não se pode afirmar que se trata de um caso descartado de sarampo. É preciso aguardar o resultado dessa segunda contraprova.
No dia 8 de maio, o bebê deu entrada, com quadro estável, no Hospital Geral de Areias, na capital pernambucana, e foi colocado imediatamente em leito de isolamento. Em seguida, ele foi encaminhado para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e já teve alta médica.
Últimos casos de sarampo em Pernambuco foram em 2020
Os últimos casos de sarampo foram confirmados, em Pernambuco, no ano de 2020, em um total de 38. Neste ano, foram notificados 26 casos suspeitos, dos quais 16 já foram descartados e 10 estão em investigação.
"O sarampo é uma doença infectocontagiosa da qual o Brasil era livre até 2017. No ano seguinte, voltaram a ocorrer casos no País. O sarampo é uma das principais causas de mortalidade em crianças nos países pobres. E essa é a grande preocupação, pois a doença pode complicar em crianças", explica a infectopediatra Alexsandra Costa, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).
A médica explica que o sarampo pode levar a um quadro de pneumonia grave, o que aumenta as chances de os pacientes irem a óbito.
"Os principais sintomas iniciais são tosse, coriza, secreção ocular, febre alta, moleza e náuseas. A depender de como o paciente vai evoluir, podem aparecer outras manifestações. Nesse ponto, a complicação mais temida é a pneumonia causada pelo vírus do sarampo, que é grave", acrescenta Alexsandra.
Campanha de vacinação contra sarampo
Pernambuco prorrogou, por mais 30 dias, as campanhas nacionais de vacinação contra gripe e sarampo. O objetivo é aumentar as coberturas vacinais nos grupos prioritários, já que o Estado ainda não alcançou a meta de 90% da população-alvo vacinada para influenza e 95% para sarampo. Agora, os municípios pernambucanos têm até o dia 3 de julho para intensificar as ações e estratégias de imunização.
"Ainda não conseguimos atingir a meta, o que é preocupante, pois deixamos um grande contingente de suscetíveis", alerta o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
Segundo levantamento do Programa Estadual de Imunizações (PNI-PE), a cobertura vacinal de influenza está em 47,35%. Já a parcial de sarampo está em 31,59% nas crianças e 61,02% nos trabalhadores de saúde.