O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA) foi comunicado, no dia 6 de outubro, de dois casos confirmados da doença de Creutzfeld-Jakob.
Trata-se de uma doença degenerativa, que tem uma das variantes causada pelo consumo de carne contaminada pela encefalite espongiforme bovina, popularmente conhecida como "doença da vaca louca".
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou o cenário epidemiológico nesta segunda-feira (10). Segundo a pasta, os dois pacientes são moradores de Salvador e estão internados. A secretaria, contudo, não informou que os pacientes consumiram carne contaminada.
Em 2022, foram confirmados cinco casos da doença na Bahia, e todos moram na capital.
Entre eles, dois estão internados, dois foram a óbito e um está sendo investigado pela Vigilância Epidemiológica.
Em 2021, foram confirmados três casos: um de morador de Salvador, um de Simões Filho, a 21 km da capital, e outro em Serrolâdia, a cerca de 320 km de Salvador.
Desses casos de 2021, dois foram a óbito. O terceiro permanece em investigação pela Vigilância Epidemiológica.
"O Cievs Bahia segue acompanhando sistematicamente a situação epidemiológica da doença no Estado", diz a Sesab.
DOENÇA DA VACA LOUCA EM HUMANOS
Segundo o Ministério da Saúde, a variante da doença de Creutzfeldt–Jakob está associada ao consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com encefalite espongiforme bovina ("doença da vaca louca").
A "doença da vaca louca" acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos.
O primeiro caso mundial de possível transmissão sanguínea da nova variante da doença de Creutzfeldt–Jakob foi divulgado pelo Ministério da Saúde da Grã-Bretanha.
DOENÇA DA VACA LOUCA: SINTOMAS EM HUMANOS
O Ministério da Saúde informa que, embora exista uma grande variação nas manifestações clínicas, a doença de Creutzfeldt-Jakob caracteriza-se pelos seguintes sintomas:
- desordem cerebral com perda de memória
- tremores
Em um terço dos casos, os pacientes apresentam:
- falta de coordenação de movimentos musculares
- distúrbios da linguagem
- perda da capacidade de comunicação
- perda visual
Com a progressão da doença, as pessoas podem apresentar:
- insônia
- depressão
- sensações inusitadas
- desordem na marcha
- postura rígida
- ataques epilépticos
- paralisia facial
DOENÇA DA VACA LOUCA: O QUE É?
A forma exata de transmissão da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é desconhecida. Não existe, de acordo com o Ministério da Saúde, evidência científica indicando que a doença possa ser transmitida pelo ar ou pelo contato diário social e casual com os pacientes, como vestimenta, uso de mesmos copos e utensílios de cozinha ou contato íntimo (abraço, beijos, relações sexuais).
"Não apresenta risco diferencial para os familiares do paciente em relação ao cidadão comum. Além disso, não existem casos relatados associados à exposição ao agente da DCJ em superfícies como pisos, paredes ou bancadas", informa o Ministério da Saúde.
Na variante da doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ), a transmissão pode acontecer pelo consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados com encefalite espongiforme Bovina (EEB).
Por outra parte, é a única forma de DCJ em que há evidências de que a transmissão pode acorrer por meio da exposição ao sangue, produtos sanguíneos ou instrumentos utilizados no processo.
O primeiro caso mundial de provável transmissão sanguínea da variante da doença de Creutzfeldt–Jakob foi confirmado pelo Ministério da Saúde da Grã-Bretanha e teve como causa o recebimento de sangue de um doador infectado assintomático.
A variante da doença de Creutzfeldt–Jakob apresenta maior risco para a transmissão de pessoa a pessoa que a doença de Creutzfeldt–Jakob.