A bebê Eloá Vitória da Silva Vicente, que tem 1 mês e meio de vida e nasceu com uma doença rara no coração, foi transferida do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), no Recife, para o Hospital do Coração (Hcor), em São Paulo.
A transferência foi feita em unidade de terapia intensiva (UTI) aérea, às 12h desta quinta-feira (12).
Segundo a advogada Flávia Marinho, do escritório Marinho Advocacia, que representa a família de Eloá, a bebê chegou a São Paulo esta noite e está estável.
"Ela chegou bem, sem intercorrências no quadro de saúde. No aeroporto, uma equipe do Hcor já a aguardava."
Agora, segundo Flávia, ela segue para o Hcor em uma UTI terrestre móvel. Eloá respira com a ajuda de aparelhos.
A transferência da paciente é resultado do cumprimento de processo que tramita na 1ª Vara da Comarca de Paudalho.
Veja trecho da decisão publicada na quarta-feira (11):
"Considerando os orçamentos até então apresentados, a anuência das partes quanto ao acatamento do orçamento apresentado pelo HCOR/SP, sendo este o único Hospital a disponibilizar leito para a paciente, e o depósito voluntário realizado pelo Ente demandado, determino a transferência e expedição do alvará do valor de R$ 832.966,30 (oitocentos e trinta e dois mil novecentos e sessenta e seis reais e trinta centavos) em favor da Associação Beneficente Síria HCOR".
A reportagem do JC entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hcor para saber sobre a preparação para a cirurgia de Eloá, mas o hospital informou que não pode compartilhar detalhes sobre o caso.
"O Hcor está preparado para receber e cuidar de pacientes com as mais diversas enfermidades. Referência em cardiologia no País, conta com uma área exclusiva para cardiopatias congênitas, com equipes e estrutura física, clínica e tecnológica especializadas. Por questões éticas médicas e devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não fornece qualquer tipo de informação sobre pacientes", explicou, em nota, o hospital.
No Hcor, a médica Ieda Jatene, que também é presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), é quem cuida dos casos de cardiopatias congênitas, como o de Eloá.
CASO ELOÁ: ENTENDA
A transferência de Eloá, do Procape para o Hcor, ocorreu após a família da bebê realizar dois protestos para o cumprimento da decisão judicial que determinou a ida da menina para São Paulo, onde passará por cirurgias.
A pequena Eloá foi diagnosticada, aos 6 dias de vida, com síndrome da hipoplasia do coração esquerdo por médicos de um hospital em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, onde ela nasceu. A família é de Paudalho, na mesma região do Estado.
Para receber melhor assistência, Eloá foi transferida para o Procape.
Para agilizar a realização das cirurgias de que Eloá precisa, a família dela conseguiu, na Justiça, uma decisão que determinou a transferência de Eloá para São Paulo, custeada pelo governo de Pernambuco.