Todo o Brasil tem registrado aumento do número de casos de gripe em adultos, associados aos vírus influenza A H1N1 e influenza B.
Em Pernambuco, não tem sido diferente.
Apesar de as unidades básicas de saúde estarem abastecidas com a vacina contra gripe, que evita agravamento da infecção pelos vírus da influenza e óbitos, a cobertura vacinal está baixa em Pernambuco: 55,94% (era para estar em, pelo menos, 90%).
O Estado já contabiliza este ano 141 casos graves de influenza (síndrome respiratória aguda grave, conhecida pela sigla srag). Desse total, 19 morreram.
Os pacientes que foram a óbito tinham de 0 e 117 anos.
Os dados deste ano, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a pedido da reportagem deste JC, levam em consideração as notificações até a semana epidemiológica 21, que terminou no último dia 27 de maio.
Até essa data, Pernambuco confirmou 141 casos graves (srag) decorrentes da infecção pelos vírus influenza.
Desse total, 43 casos de srag foram de influenza A (42 do subtipo H1N1 e 1 não subtipado) e 98 do tipo influenza B.
Dos casos graves (srag) por influenza, 19 evoluíram para o óbito: sendo 15 provocados pelo influenza B e 4 pelo A H1N1.
QUANDO A GRIPE PODE SER FATAL?
Doença prevenível por vacina, a gripe pode ser grave e levar à morte pessoas do grupo de risco.
Por isso, é preciso tomar a vacina contra influenza todos os anos, especialmente a população que tem maior risco de complicações pela doença, como crianças, idosos e gestantes.
Os 19 casos de srag por influenza que evoluíram para óbito este ano, em Pernambuco, são dos municípios de: Abreu e Lima (1), Amaraji (1), Caruaru (1), Flores (1), Itaíba (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Olinda (2), Palmares (1), Recife (5), Santa Cruz do Capibaribe (4) e São Benedito do Sul (1).
Entre as 19 pessoas que não resistiram às complicações por gripe e foram a óbito, 13 são do sexo feminino e 6 do sexo masculino.
As faixas etárias são: duas crianças de 0 a 5 anos, uma pessoa de 10 a 19 anos, uma de 20 a 29, duas de 30 a 39, uma de 40 a 49, uma de 50 a 59, uma de 60 a 69, três de 70 a 79, e sete pacientes que morreram tinham 80 anos ou mais.
Em relação aos fatores de risco para gravidade, 15 dos 19 pacientes que foram a óbito por gripe tinham fatores de risco para complicação por influenza, como criança menor que 5 anos, idosos, asma, cardiopatia, diabetes, doença neurológica e imunossupressão.
GRIPE: A IMPORTÂNCIA DE SE VACINAR
A secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti, destaca a importância de a população comparecer aos postos de vacinação, especialmente neste período de sazonalidade para adoecimento relacionado aos vírus respiratórios.
"A vacina é muito importante. A gente, que cuida de quem gosta, precisa se vacinar. A campanha foi prorrogada, mas precisamos lembrar que a vacina é sempre. Quando a gente ama, a gente cuida. E quem cuida se vacina", destaca Zilda.
GRIPE: QUAIS OS SINTOMAS?
A influenza (gripe) é uma infecção viral e que possui uma transmissibilidade acentuada e pode se apresentar de forma mais leve ou com sinais graves. Diante de complicações, a gripe pode levar ao óbito.
Os principais sintomas da gripe são febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença e suas complicações.
GRIPE: QUAL A VACINA CONTRA GRIPE?
A vacina contra o vírus oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é considerada um imunizante trivalente, pois protege contra as cepas A H1N1, A H3N2 e um influenza tipo B.
A vacina é disponibilizada todos os anos, antes do inverno, período em que as doenças respiratórias são mais comuns.
Os imunizantes têm perfil de segurança excelente e, geralmente, são bem tolerados.
Manifestações como dor no local da injeção são comuns e ocorrem em 15% a 20% dos pacientes, sendo benignas e geralmente resolvidas em 48 horas.
A vacina é fabricada com vírus inativados, fragmentados e purificados - ou seja, não é capaz de induzir o desenvolvimento da doença.
Além disso, a composição e a concentração de antígenos são atualizadas a cada ano, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde reforça que o imunizante pode ser administrado simultaneamente com outras vacinas do calendário nacional.