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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
NEUROLOGIA

Após fechar hospital de retaguarda, governo de Pernambuco contrata 20 leitos de enfermaria da rede privada

Leitos foram contratualizados, para a rede estadual, no Hospital De Ávila

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Cinthya Leite

Publicado em 23/06/2023 às 10:59 | Atualizado em 23/06/2023 às 11:32
Aberto em março de 2022, o HRN operava com 75 leitos de enfermaria e 10 vagas de terapia intensiva (UTI) - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O Hospital de Retaguarda em Neurologia (HRN), no Prado, Zona Oeste da cidade, será fechado oficialmente no próximo dia 30. 

Aberto em março de 2022 para evitar o colapso do Hospital da Restauração (HR), que é a maior emergência pública do Norte e Nordeste do Brasil, o HRN operava com 75 leitos de enfermaria e 10 vagas de terapia intensiva (UTI).

Com o fechamento do hospital, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou, no último dia 20, que fez uma reestruturação dos leitos públicos voltados para pacientes com quadros neurológicos.

Em nota, a pasta destacou que o antigo Alfa (Hospital Nossa Senhora das Graças), na Zona Sul do Recife, ganhará mais 30 vagas de enfermaria.

E o Hospital do Tricentenário, em Olinda, terá 20 novos leitos - também de enfermaria.

Além disso, a SES-PE confirmou ao JC, na noite da quinta-feira (22), que 20 leitos de enfermaria foram contratualizados como retaguarda em neurologia para a rede estadual, no Hospital De Ávila (da rede privada), na Madalena, bairro da Zona Oeste da capital.

A SES-PE garante que, com essa reestruturação, os pacientes da neurologia não sofrerão com desassistência.

Mas, e os 10 leitos de UTI que eram operados no hospital de retaguarda? Esses ainda não foram distribuídos na rede. O déficit permanece. 

Uma médica ouvida pela reportagem do JC, nesta sexta-feira (23), informou que as duas urgências em neurologia do Estado (Hospital Pelópidas Silveira e Restauração) permanecem com dezenas de pacientes nos corredores. O fechamento do HRN leva ambas as unidades, que sempre tiveram grande demanda, a uma superlotação. 

A SES-PE informou ainda que, dos 243 profissionais que atuam no Hospital de Retaguarda em Neurologia (HRN), um total de 40% (95 colaboradores) foram transferidos para outras unidades de saúde. 

Desse total, 70 passaram a atuar em unidades com perfil similar ao do retaguarda, como o Hospital Pelópidas Silveira e Hospital Alfa. "A tendência é que esse número aumente ainda mais até o fim do mês, com a abertura de 30 leitos de neurologia no Alfa, a partir do dia 1º de julho", disse a pasta. 

HOSPITAL DE RETAGUARDA ENCERRA ATIVIDADES: "FECHAMENTO É IRREVERSÍVEL", DIZ PRESIDENTE DO CREMEPE 

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Maurício Matos, e o 1º secretário da autarquia, André Dubeux, reuniram-se, na quinta-feira (22), com a secretária de Saúde do Estado, Zilda Cavalcanti. 

Eles debaterem sobre o fechamento do Hospital de Retaguarda em Neurologia (HRN) e ações em andamento e as que ainda serão realizadas pela, Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), para garantir a assistência aos pacientes pernambucanos.

A reunião contou com a presença do setor jurídico da secretaria, que passou informações sobre as causas que levaram o governo do Estado a fechar o hospital de retaguarda.

Entre os motivos, está principalmente o fato de não haver segurança jurídica para contratualização do aluguel do imóvel, segundo a SES. "Entendemos, dessa maneira, que o fechamento do hospital de retaguarda é irreversível", disse Maurício. 

O presidente do Cremepe ressaltou que a autarquia realizará fiscalização nas unidades indicadas com os novos leitos para pacientes com quadros neurológicos. 

"A secretaria alegou também que, no HRN, os pacientes não contavam com exames de imagens, como tomografia e ressonância magnética, hemodiálise e laboratório 24 horas, a exemplo do Alfa. Por isso, só eram atendidos pacientes de baixa complexidade", ressaltou Maurício Matos. 

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