O aumento de casos de infecções por vírus respiratórios, como influenza (gripe) e vírus sincicial respiratório (VSR), é observado em todas faixas etárias nesta época do ano, em pleno inverno brasileiro. As crianças são as que adoecem e têm o maior risco de apresentar complicações decorrentes dessas viroses.
"As doenças respiratórias são a principal causa de adoecimento em crianças abaixo de 5 anos, faixa etária em que também há a maioria das complicações. Independentemente da situação socioeconômica e da localidade, espera-se que ocorram de oito a dez episódios de infecções respiratórias por ano nesse grupo", diz a pneumologista pediátrica Sabrina Melo Galvão, da equipe do Infante Consultórios, espaço infantil inaugurado recentemente no Real Hospital Português, em Paissandu, área central do Recife.
Nesta temporada, os vírus influenza e o VSR são responsáveis por infecções sazonais, que ocorrem em períodos mais frios, embora o momento específico do aumento dos casos varie de região para região.
"Os sintomas vão depender da estrutura acometida, da localização anatômica da infecção", destaca Sabrina.
Veja abaixo a lista de sintomas mencionados pela pneumologista pediátrica:
Nem todas as crianças, quando acometidas por viroses respiratórias, precisam ir a emergência.
"Casos não complicados são autolimitados e se resolvem dentro de uma semana geralmente. A ida a emergência fica reservada àqueles com presença de sinais de alerta: febre recorrente ou persistente, dificuldade para respirar, respiração rápida (taquipneia), sonolência excessiva, irritabilidade, não aceitação de líquidos, prostração mesmo na ausência da febre, vômitos persistentes e atenção maior nos menores de dois anos, além de asma, doença renal, hepática, pulmonar ou cardíaca (imunodeprimidos)", alerta a pneumologista pediátrica Sabrina Melo Galvão.
A médica acrescenta ainda que crianças doentes devem evitar o contato com outras, a fim de não se propagar vírus.
"Lavagem das mãos, cobertura da boca e nariz ao espirrar ou tossir e evitar exposição ao fumo também são medidas a serem adotadas."
Mudanças bruscas de temperatura, alergias respiratórias (a pelos, poeira, mofo, ácaros e vários outros), alergias alimentares, resfriados e gripes estão entre os motivos que levam as crianças a ficarem com uma produção excessiva de secreções que atingem as narinas e as fossas nasais.
Uma das soluções cada vez mais recomendadas pelos pediatras é a lavagem nasal infantil com soro fisiológico.
O hábito, além de exercer o papel de desobstruir as narinas e fossas nasais, melhorando a respiração, também pode evitar que as doenças se instalem.
Ou seja, a lavagem nasal infantil pode cumprir um papel preventivo.
"A irrigação nasal é uma prática antiga no cuidado do trato respiratório superior e traz benefícios quando essa região é acometida. Existem várias soluções, a mais comum é com o soro fisiológico 0,9%, dispositivos diferentes e maneiras diferentes de execução", frisa Sabrina.
A pneumologista pediátrica orienta que, nos casos em que os pais têm dúvidas sobre como realizar a lavagem nasal, é importante pedir orientações ao médico que acompanha a criança.
"Quando estão doentes, as crianças também não podem deixar de fazer uma boa ingesta hídrica, boa alimentação e repouso", finaliza a médica.