Ao passar por consultas médicas com solicitação de exames sanguíneos, é comum realizar a glicemia para avaliar a quantidade de glicose no sangue, uma molécula proveniente da quebra de diversos tipos de açúcares.
A elevação da glicemia, geralmente associada ao diabetes, também pode indicar outras condições de saúde, tais como sepse, infarto agudo do miocárdio, Covid-19, acromegalia, hipertireoidismo e síndrome de Cushing.
Especialistas do VivaBem foram consultados para oferecer insights sobre os valores de referência da glicemia, seus níveis elevados ou reduzidos e estratégias de controle. Confira abaixo.
Valores normais de glicemia
- Glicemia de jejum: entre 70 e 99 mg/dL
- Glicemia pós-prandial: até 140 mg/dL
A glicemia pós-prandial é medida duas horas após as refeições, enquanto a de jejum é coletada após 8 horas ou mais sem alimentação. Valores alterados incluem:
- Glicemia em jejum:
- 100 a 125 mg/dL = Intolerância à glicose
- Acima de 126 mg/dL = Diabetes
- Glicemia pós-prandial (120 min):
- 140 a 199 mg/dL = Intolerância à glicose
- Acima de 200 mg/dL = Diabetes
Glicemia de jejum abaixo de 70 mg/dL já indica hipoglicemia, sendo considerada de nível 1 até 51 mg/dL (fase assintomática) e nível 2 abaixo de 50 mg/dL (com sintomas).
Para quem utiliza insulina no tratamento do diabetes, é crucial monitorar a glicemia ao longo do dia para ajustar as doses do hormônio antes das refeições, já que a insulina facilita a entrada de glicose nas células.
Métodos de medição da glicemia
1. Glicemia capilar
- Coleta de sangue na ponta do dedo, geralmente realizada em casa, apresentando resultados ligeiramente mais altos do que exames laboratoriais.
2. Glicemia em jejum
- Exame laboratorial feito após 8 horas ou mais sem alimentação, coletando sangue diretamente de uma veia.
3. Glicemia pós-prandial
- Exame laboratorial realizado duas horas após uma refeição para avaliar o transporte eficiente da glicose para as células.
4. Curva glicêmica
- Avalia amostras de sangue em jejum e duas horas após a ingestão de 75 gramas de glicose, proporcionando uma compreensão da resposta do corpo à sobrecarga de glicose.
5. Hemoglobina glicada
- Exame laboratorial que indica a média de glicose no sangue ao longo de três meses, essencial para o acompanhamento de pacientes diabéticos.
Existem também métodos inovadores, como dispositivos aplicados no braço que medem a glicose intersticial ao longo do dia.
Quando medir a glicemia?
Para pessoas insulinodependentes ou com condições relacionadas à glicemia, a medição é recomendada em diversos momentos do dia, incluindo ao acordar, antes e duas horas após as refeições, antes de dormir e sempre que sintomas atípicos surgirem.
Glicemia alta
A glicemia elevada está associada a diversas condições, desde diabetes até complicações como infarto e AVC. Sintomas incluem aumento da frequência urinária, boca seca, desânimo, fraqueza, dificuldades visuais e outros. Buscar um endocrinologista é essencial quando a glicemia de jejum ultrapassa 100 mg/dL.
Glicemia baixa
A hipoglicemia pode causar sintomas como taquicardia, sudorese, tremores e confusão mental, exigindo intervenções imediatas, como o consumo de açúcar de rápida absorção.
Controle da glicemia
Influências como alimentação, atividade física, medicamentos, fatores biológicos, ambiente e comportamentais afetam a glicemia.
Estratégias para reduzir a glicemia alta incluem considerar o índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG) dos alimentos, além de equilibrar proteínas, gorduras e fibras nas refeições. A atenção a fatores controláveis, como a alimentação, desempenha papel fundamental no manejo eficaz da glicemia.
Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica