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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe

INTOXICAÇÃO

Maré Vermelha em Tamandaré: intoxicações continuam no fim de semana, e sobe para 338 o número de pessoas com sintomas

Novos registros, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, foram informados pela gestão de saúde do município de Tamandaré e correspondem ao período de 31 de janeiro a 4 de fevereiro (último domingo)

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Cinthya Leite

Publicado em 05/02/2024 às 16:14 | Atualizado em 05/02/2024 às 16:15
As pessoas que procuraram as unidades de saúde com manifestações associadas à maré vermelha relataram cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, na garganta e nas narinas, assim como manifestações na pele - Fernando Frazão/Agência Brasil

Novos casos suspeitos de intoxicação relacionada ao fenômeno maré vermelha (caracterizado pelo excesso de algumas espécies de algas no mar que soltam toxinas) foram registrados no município de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), mais 60 pessoas apresentaram sintomas sugestivos desse quadro.  

"Os novos registros foram informados pela gestão de saúde do município de Tamandaré e correspondem ao período de 31 de janeiro a 4 de fevereiro (último domingo). Ao todo, Pernambuco registra 338 casos suspeitos", diz, em nota, a secretaria. 

Na quinta-feira (1º), o fenômeno levou autoridades sanitárias de Pernambuco ao município de Tamandaré. Até aquela data, 278 pessoas apresentaram sintomas de intoxicação relacionada ao fenômeno da maré vermelha (popularmente conhecido Tingui ou febre de Tamandaré), que se manifesta por uma floração de algas nocivas. 

Relatos da maré vermelha também ocorrem em Barra de Santo Antônio, no Litoral Norte de Alagoas, onde cerca de 200 pessoas deram entrada em uma unidade de emergência.

O Instituto de Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA) informou que não encontrou novos pontos no litoral alagoano. Técnicos do instituto fizeram, na sexta-feira (2), um sobrevoo em praias do Litoral Norte do Estado e não identificaram visualmente a presença das algas que causam o fenômeno.

A equipe também coletou amostras de água do mar em trechos da praia de Carro Quebrado, em Barra de Santo Antônio. O material está em análise.

Em Pernambuco, técnicos da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) realizaram coleta de amostras em diversos pontos do Litoral do Sul do Estado. Em análise preliminar realizada nos locais, os técnicos não identificaram coloração ou odor diferente da água. Na próxima terça-feira (6), a CPRH deve divulgar o relatório com o resultado das análises das amostras de água do mar coletada. 

As pessoas que procuraram as unidades de saúde com manifestações associadas à maré vermelha relataram cefaleia (dor de cabeça), mal-estar, dor no corpo, náusea, dor abdominal, vômitos, irritação nos olhos, na garganta e nas narinas, assim como manifestações na pele, com contato direto ou indireto com o mar.

Na quinta-feira (1º), em visita a Tamandaré, representantes da SES-PE e do município de Tamandaré foram à Associação de Pescadores, a convite da presidente da entidade, Maria Madalena, que foi a responsável pelo sinal de alerta às autoridades de saúde do Estado.

Na ocasião, foi informado que cerca de 200 pescadores apresentaram sintomas da intoxicação durante a maré vermelha. Alguns relatos dos pescadores foram feitos durante o encontro. Eles acreditam que o "tingui" foi mais forte do que em anos anteriores, visto que, desde a década de 1940, episódios semelhantes ocorreram na região.

De acordo com a SES-PE, "é importante o monitoramento constante por parte dos órgãos ambientais, uma vez que novos episódios podem ocorrer durante o verão".

Na nota emitida na quarta-feira (31), a pasta recomendou que a população evitasse entrar na água enquanto durar o fenômeno da maré vermelha. No entanto, na quinta-feira (1º), o comunicado mudou o tom: "não há, neste momento, a orientação para evitar a ida ao mar ou à praia, bem como para evitar o consumo de moluscos (mariscos, ostras e sururu)".

A população, contudo, deve estar atenta ao odor e à coloração da água do mar, que pode sinalizar possíveis novos episódios. "Nessa situação, deve-se evitar a proximidade com os locais afetados", orientou. 

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