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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
TELEATENDIMENTO

Dengue: Atende em Casa passa a oferecer canal direto de acompanhamento a pacientes com sintomas de dengue no Recife

De segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, profissionais darão orientações, acompanharão o quadro dos pacientes e, em caso de necessidade de assistência presencial, farão encaminhamento para unidades da rede

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Cinthya Leite

Publicado em 18/03/2024 às 11:37 | Atualizado em 18/03/2024 às 11:52
Acompanhamento será feito por ligação telefônica ou videochamada, durante a fase mais crítica da dengue, que vai do 4º ao 8º dia após o início dos sintomas - ANDRÉA RÊGO BARROS/ACERVO PCR

Após o alcance que teve durante a fase mais dura da pandemia de covid-19, o Atende em Casa passa a oferecer teleatendimento a pessoas que apresentam sintomas sugestivos de dengue. A ferramenta será lançada na tarde desta segunda-feira (18), na sede da Saúde Digital, no Bairro do Recife. 

O Atende em Casa - Dengue chega num momento em que a incidência da doença tem aumentado em todo o Brasil. O serviço de monitoramento ativo será voltado a todos os pacientes que derem entrada em alguma unidade de saúde municipal com suspeita de dengue.

O objetivo é evitar agravamentos da doença, especialmente em grupos de risco, a exemplo de idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades.

O acompanhamento será feito por ligação telefônica ou videochamada, durante a fase mais crítica da doença, que vai do 4º ao 8º dia após o início dos sintomas.

A iniciativa contará com 23 profissionais, entre médicos e enfermeiros, que atuam no Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau).

A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) explica que o primeiro atendimento para os pacientes com sintomas de dengue deve ser feito exclusivamente em unidade de saúde, para o correto diagnóstico. "O teleatendimento é voltado para o acompanhamento dos sintomas e os encaminhamentos necessários, a fim de evitar que a doença agrave."

De segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, eles darão orientações, acompanharão o quadro dos pacientes e, em caso de necessidade de assistência presencial, farão encaminhamento para unidades da rede.

"Estamos trazendo a experiência do Atende em Casa, da pandemia por covid-19, para o enfrentamento da dengue. A diferença agora é a proatividade, porque nosso serviço é que vai entrar em contato com o paciente para acompanhar a sua evolução", diz a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque. 

O serviço funcionará, segundo a secretária, da seguinte forma: o paciente que for atendido em uma unidade básica ou emergência com sintomas da dengue será cadastrado no sistema, desenvolvido em parceria com a Emprel, e contactado posteriormente por médicos ou enfermeiros.

"Eles estarão com prontuários e informações colhidas no atendimento presencial. O período do 4º ao 8º dia dos primeiros sintomas é o mais crítico. Por isso, tivemos a iniciativa de fazer esse monitoramento ativo, com conforto e comodidade para os pacientes que estão em casa", frisa Luciana.

Ele acrescenta que a resolutividade da teleconsulta é em torno de 90%: ou seja, de 10 pessoas consultadas por ligações ou videochamadas, apenas uma precisa ir a uma unidade para ter assistência presencial.

Ao todo, 14 profissionais do Atende em Casa - Dengue atuarão no monitoramento da população em geral e mais 9 irão compor um time de especialistas especificamente para as gestantes. Desses, 8 são enfermeiros e 15 são médicos.

A Prefeitura do Recife salienta que o cidadão não precisa acessar nenhum canal para ter acesso ao serviço. É preciso, no entanto, manter o contato atualizado no Conecta Recife ou na unidade onde for buscar atendimento.

A ligação para os pacientes acontecerão de números telefônicos com os seguintes prefixos: (81) 3355 ou 3208. Os ramais podem variar.

"A equipe acompanhará cada caso suspeito e/ou confirmado e, durante o teleatendimento, avaliará se o paciente pertence a algum grupo de risco, como lactentes, idosos, gestantes, obesos, asmáticos, diabéticos e hipertensos, entre outros", explica o gerente-geral de Saúde Digital do Recife, Gustavo Godoy.

"Além disso, será verificada a presença de sinais de alarme ou gravidade, como sangramentos, vômitos persistentes e dor abdominal intensa", acrescenta. 

Os atendimentos serão registrados no mesmo prontuário eletrônico utilizado nas unidades básicas, e o registro poderá ser acompanhado pelos usuários no Minha Saúde Conectada, e pelos profissionais no Prontuário em Rede (incluindo o resultado dos exames), ambos disponíveis no Conecta Recife.

DENGUE E DEMAIS ARBOVIROSES NO RECIFE

Em 2024, até o momento, foram notificados 1.725 casos suspeitos de arboviroses (1.348 de dengue, 335 de chikungunya e 42 de zika). 

Desse total, foram confirmados 29 casos de dengue e 5 de chikungunya.

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve aumento de 85,9% dos casos notificados e de 348,6% dos casos prováveis de arboviroses.

VIGILÂNCIA E DENÚNCIA DE FOCOS DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI 

Quanto às ações de rotina da Vigilância Ambiental, foram visitados 472.597 imóveis no Recife este ano, com realização de inspeção em 76,89% (363.371 imóveis).

Não foi possível realizar visita em 109.226 (23,11%) imóveis (fechados/recusa).

A Prefeitura do Recife destaca que as denúncias de possíveis focos de mosquito podem ser feitas, primeiramente, na Ouvidoria do SUS, através do telefone 0800 2811520, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h; no app Conecta Recife, na plataforma Denunciar Foco de Dengue, ou no site da Prefeitura do Recife, em qualquer horário.

COMO SE PREVENIR

A Prefeitura do Recife solicita que a população colabore com as medidas de prevenção à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Como o mosquito precisa de água parada para se reproduzir, é fundamental eliminar qualquer possível criadouro em casa e no entorno.

Algumas dicas importantes são cobrir pneus e garrafas; vedar bem os sacos de lixo; manter caixas d'água, tonéis e outros recipientes de armazenamento de água devidamente tampados e limpar, regularmente, calhas, ralos e outros locais que possam acumular água.

Em caso de sintomas como febre, dor no corpo, manchas na pele e coceira, deve-se procurar a unidade de saúde e evitar a automedicação.


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