O caminho da felicidade não é exclusivamente apagar as sensações negativas, como medo e raiva. É possível conviver com elas e, ao mesmo tempo, estimular emoções positivas, através do otimismo, da apreciação, da satisfação e da gratidão. Essa é uma das mensagens que despontam no Dia Internacional da Felicidade (20 de março).
A data, celebrada desde 2013, foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em junho de 2012. O objetivo é fazer com que as pessoas percebam a importância da felicidade em suas vidas.
Mas, como se alcança a felicidade?
O escritor Érico Veríssimo (1905-1975) já definia a felicidade como a "certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente". Décadas se passaram, mas a opinião de Veríssimo está em sintonia com a ciência, que não tem dúvidas do quanto é proveitoso encarar a vida como algo valioso.
Não é à toa que volta a se destacar a Felicidade Interna Bruta (FIB) ou Gross National Happiness (GNH) - um conceito de desenvolvimento social criado em contrapartida ao Produto Interno Bruto (PIB). O termo foi criado pelo rei do Butão (Ásia) Jigme Singye Wangchuck, em 1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do país crescia miseravelmente. Essa criação assinalou o seu compromisso de construir uma economia baseada nos valores espirituais budistas.
Estudos têm mostrado que a satisfação com a vida faz a gente ter uma menor chance de desenvolver sintomas depressivos e ansiosos. Não há fórmulas para alcançar a paz interior, mas a forma com que lidamos com os altos e baixos é um importante passo para alcançar a felicidade.
FELICIDADE NOS DIAS ATUAIS
A psicóloga Rayane Dantas, docente no Centro Universitário UNIFBV Wyden, esclarece que a jornada em busca pela felicidade nos tempos modernos deve ir além do consumo.
"A psicologia positiva, por exemplo, acredita que a felicidade não é um estado de espírito passageiro. Por isso, a felicidade duradoura é resultado do conjunto de práticas e do desenvolvimento de habilidades que devem ser cultivadas e aprimoradas ao longo da vida", explica Rayane.
A busca pela felicidade é uma jornada pessoal e complexa. Embora não exista uma fórmula mágica para a autorrealização, a psicologia positiva propõe um modelo que consiste em 5 elementos essenciais para a felicidade:
- Emoção positiva: cultivar sentimentos positivos aumenta nossa sensação de bem-estar
- Engajamento: encontrar atividades que nos desafiam, fazer algo que realmente ama
- Relacionamentos positivos: investir em conexões significativas, cultivar relações saudáveis
- Propósito: encontrar significado nas nossas ações
- Realização: por meio do estabelecimento de metas, poder experimentar senso de competência e autodomínio
"Não existe uma fórmula única para felicidade, mas o método apenas nos ajuda a construir uma base sólida para alcançar esse estado. Apesar disso, a psicologia positiva nos lembra de que somos capazes de influenciar no nosso próprio bem-estar e encontrar alegria e satisfação mesmo em circunstâncias desafiadoras", ressalta Rayane.