O Dia das Mães, neste domingo (14), é mais uma data cercada de sofrimento e saudade para Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu em junho de 2020, no Recife.
Pelo terceiro ano, Mirtes não pode estar ao lado de Miguel para celebrar o amor entre mãe e filho. Além disso, segue aguardando por justiça.
"Hoje, neste Dia das Mães, compartilho com vocês um vídeo repleto de memórias e emoções. Nele, revivo momentos preciosos ao lado do meu amado Miguel, brincando com os seus brinquedos favoritos, mesmo na sua ausência física", diz trecho do texto publicado no instagram.
VEJA VÍDEO PUBLICADO POR MIRTES:
PROCESSO DO CASO MIGUEL AINDA AGUARDA JULGAMENTO DO TJPE
Miguel morreu na tarde de 02 de junho de 2020. Depois de a mãe descer com o cachorro da patroa, o filho correu para pegar o elevador e ir atrás de Mirtes. Sarí chegou a ir até o garoto e conversou com ele. Depois de algumas tentativas, ela apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador - segundo imagens de câmeras de segurança periciadas pelo Instituto de Criminalística.
Ao sair do equipamento, no nono andar, o menino passou por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. No local, ele escalou uma janela de 1,20 m de altura e chegou a uma área onde ficam os condensadores de ar. Foi desse local que Miguel caiu, de uma altura de 35 metros.
Em junho do ano passado, a 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital condenou Sarí Corte Real a oito anos e seis meses de prisão pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte.
A defesa da ré entrou com recurso para anular a sentença. O caso ainda não foi julgado pela turma da segunda instância do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Enquanto isso, Sarí aguarda o resultado em liberdade.
QUEM É SARÍ CORTE REAL?
Sarí Corte Real é esposa do ex-prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker (PSB). Na época do caso, Mirtes e a avó de Miguel trabalhavam na casa do então prefeito, mas recebiam como funcionárias da prefeitura. A informação foi revelada pelo Jornal do Commercio.
Após a denúncia, o MPPE instaurou uma investigação, descobriu que outra empregada doméstica da família também era funcionária fantasma da prefeitura, e a Justiça determinou o bloqueio parcial dos bens de Hacker.
O MPPE descobriu ainda que a mãe e a avó de Miguel ganhavam até gratificação por produtividade, mesmo sem trabalharem na prefeitura, como revelou documento obtido pela coluna Segurança.