Uma operação da Polícia Civil de Pernambuco cumpriu, nesta quarta-feira (2), seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão contra suspeitos de espancar e matar o torcedor do Santa Cruz Lucas Gabriel Rosendo, de 21 anos. O crime aconteceu durante uma briga entre as torcidas Inferno Coral e Jovem, do Sport, em 21 de maio de 2023.
De acordo com as investigações, Lucas estava a caminho do estádio do Arruda, para o jogo entre o Santa Cruz e o Campinense/PB, pela Série D do Campeonato Brasileiro, quando criminosos interceptaram o ônibus na altura do Complexo de Salgadinho, em Olinda.
Vídeos que circularam nas redes sociais, na época, mostraram correria e agressões na PE-15. Lucas teve o uniforme do Santa Cruz arrancado. Ele morreu depois de ser encaminhado, bastante ferido, para a UPA da Cidade Tabajara.
A investigação policial apontou que o crime foi premeditado, marcado pelas redes sociais, como uma retaliação ao ataque realizado pela torcida do Santa Cruz contra a do Sport em fevereiro deste ano. Na ocasião, um torcedor também morreu.
"Esses integrantes da Torcida Jovem foram identificados e presos. O crime foi premeditado porque eles se encontravam naquele local, naquele horário em que o ônibus ia passar. Mas a escolha da vítima foi ao acaso. Eles ainda tiraram a camisa ensanguentada, com a vítima bastante debilitada, e levaram como um troféu para postar nas redes sociais", disse o delegado Marcos Maggi, responsável pela investigação.
Os mandados, expedidos pela Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda, foram cumpridos no Recife, Paulista e Olinda. Cinco suspeitos ainda estão sendo procurados.
A operação denominada Olho no Lance contou com a participação de 50 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.
"Camisas usadas no dia do crime foram apreendidas, mas algumas vestes eles queimaram, rasgaram, para evitar que provas fossem colhidas na investigação", explicou o delegado.
Os presos devem responder pelos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado, lesão corporal e tumulto.
O delegado revelou ainda que alguns dos suspeitos já respondiam por tráfico de drogas. "As investigações continuam para localizarmos os que ainda restam ser presos."
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (Dintel) e tiveram o apoio operacional da Unidade de Operações Táticas do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core).
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