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Surfe

Por Alexandre Gondim

Tempestade brasileira tem mais dois integrantes para CT 2022

Samuel Pupo e João Chianca reforçam a seleção brasileira da World Surf League após o QS de Challenger

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Alexandre Gondim

Publicado em 06/12/2021 às 13:30 | Atualizado em 06/12/2021 às 15:43
Samuel Pupo - BRENT BIELMANN/WSL

Dois surfistas da nova geração, Samuel Pupo e João Chianca, ambos com 21 anos de idade, vão reforçar a “seleção brasileira” no World Surf League Championship Tour de 2022. Chianca teve a sua vaga garantida na primeira bateria do domingo,05/12, de altas ondas variando de 8 à 10 pés em Haleiwa Beach.

Já Samuel, confirmou a sua vaga com a classificação para as semifinais. Ele ainda chegou na final e festejou no pódio, com três tops da elite que vai enfrentar no ano que vem. O bicampeão mundial John John Florence venceu o Michelob ULTRA Pure Gold Haleiwa Challenger com a única nota 10 do evento. O australiano Jack Robinson ficou em segundo, o japonês Kanoa Igarashi em terceiro e Samuel Pupo com um honroso quarto lugar no Havaí.

John John Florence - BRENT BIELMANN/WSL

A grande meta já havia sido atingida, que era a tão desejada vaga para a elite dos melhores surfistas do mundo. Samuca só dependia dele mesmo e garantiria a classificação se passasse sua bateria das quartas de final. As condições do mar estavam difíceis e ele só surfou as duas ondas que são computadas no resultado. A nota 6,33 da primeira foi decisiva para avançar para as semifinais somando 10,83 pontos, contra 10,70 de Connor O´Leary. Outro australiano, Liam O´Brien, venceu por 12,16 e o neozelandês Billy Stairmand ficou em último.

“Foi um longo caminho para chegar aqui. Apesar de ser novo ainda, estou competindo no QS desde os 15 anos, então foi bastante tempo para me qualificar e estou muito feliz agora”, disse Samuel, que vai competir no CT 2022 junto com o irmão, Miguel Pupo. Eles são filhos do surfista que fez uma brilhante carreira no Circuito Brasileiro Profissional, Wagner Pupo. Toda a família mora na mesma Praia de Maresias do tricampeão mundial Gabriel Medina.

Samuel Pupo - BRENT BIELMANN/WSL

Miguel estava no Brasil, torcendo para a classificação do irmão: “Realmente, foi emocionante o dia de hoje e nem consigo acreditar no que aconteceu. Eu acreditava no surfe dele, na garra dele, mas assistir aqui de casa, pela televisão, foi muito difícil. Meus pais nem conseguiram assistir as baterias, foi muito nervosismo, mas eu assisti uma por uma. Estou feliz por ele ter conseguido realizar o sonho dele e, agora, no ano que vem, vai ter dois Pupos no Tour”.

Samuca também comentou sobre a classificação do amigo, João Chianca, o Chumbinho: “A gente vinha conversando sobre isso, desde os nossos bons resultados na Europa, mas nem parece ser verdade. Dei um abraço nele agora e é um sonho estar no Tour com meu irmão (Miguel Pupo) e com meu melhor amigo (João Chianca). Agora estou bem aliviado e sinto que posso surfar 100%. Eu estava muito nervoso e agora sinto que estou mais confiante”.

Samuel Pupo - BRENT BIELMANN/WSL

“Estou muito feliz por estar classificado pro CT de 2022 e agradeço muito a torcida de todos”, disse João Chianca. “Foi um ano muito longo, ao mesmo tempo muito corrido. Muitas coisas aconteceram, mas a gente conseguiu a tão esperada vaga aqui nesse lugar maravilhoso. Sei que todos vocês estavam botando grande fé em mim e obrigado pela torcida, obrigado a WSL, obrigado a todos”.

De Portugal, o seu irmão mais velho, o campeão mundial de ondas gigantes, Lucas “Chumbo” Chianca, comemorou a classificação de Chumbinho: “Que momento é esse que a gente está vivendo! Era um sonho da nossa família. A gente sempre falou disso, desde criança, mas acabei indo pro lado das ondas grandes e meu irmão agora está no CT. Estou aqui em Nazaré e estava torcendo muito por ele. Infelizmente, ele perdeu, mas se classificou e estou muito feliz. Nossa família deve estar celebrando muito no Brasil e o João está de parabéns. Teve uma atuação incrível esse ano, com um surfe muito sólido e ele é minha maior aposta no Tour agora”.

John John Florence - TONY HEFF/DIVULGAÇÃO

Com a entrada dos dois, o Brasil manteve a maioria entre os top-34 do CT com nove surfistas, contra oito da Austrália. A seleção brasileira que vai disputar o título mundial de 2022, será formada pelo tricampeão Gabriel Medina, o vice-campeão Filipe Toledo, o primeiro medalhista de ouro da história do surfe nas Olimpíadas, Italo Ferreira, Yago Dora, Deivid Silva, Jadson André, os irmãos Miguel Pupo e Samuel Pupo e João Chianca.

A grande final do QS de Haleiwa foi o seu primeiro teste como novo integrante do grupo dos melhores surfistas do mundo, pois enfrentou três tops da elite. Samuca começou bem, encaixando duas manobras muito fortes que valeram 6,83. O bicampeão mundial John John Florence falhou nas duas primeiras que surfou e Kanoa Igarashi também. O mar continuava desafiador, com os quatro finalistas remando o tempo todo para não sair do pico. O australiano Jack Robinson só pegou a primeira dele na metade da bateria e escolheu bem, atacando o paredão com batidas e rasgadas no crítico da onda, para ganhar nota 7,33.

John John Florence - TONY HEFF/DIVULGAÇÃO

John John veio na segunda da série e também sai abrindo grandes leques de água, para assumir a ponta com 7,77. Não demorou e o havaiano pegou outra para mandar um layback incrível, que valeu nota 7,10 e os aplausos da torcida. A prioridade de escolher a próxima ficou para Samuel Pupo. Ele pegou uma que não foi boa e John John deu um show na seguinte, apresentando seu repertorio de manobras modernas e progressivas, surfando até um tubo e completando a onda com um aéreo reverse, para arrancar a primeira nota 10 do campeonato.

Kanoa também voou num “kerrupt flip” que recebeu 7,77 e pulou para segundo, com Samuca caindo para terceiro. Faltando 3 minutos, Jack Robinson pegou uma boa para desferir duas manobras e recebe 7,70, saltando do quarto para o segundo lugar. John John ainda destruíu outra onda no minuto final, para totalizar 18,03 pontos com nota 8,03. Ele festejou sua segunda vitória em Haleiwa Beach e foi cumprimentado por Samuel Pupo dentro d´água.

Todos saíram felizes do mar, pois o Michelob ULTRA Pure Gold Haleiwa Challenger foi encerrado com chave de ouro, com altas ondas para todos os finalistas surfarem o seu melhor.

 

 

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